Page 117 - O vilarejo das flores
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O triste engano
— Como pôde Brígida? Isso é um ultraje! Minha própria esposa
fazendo um complô contra mim!
Na casa da tia-avó de Aimeé ouviam-se os gritos de Zaquiel
ao saber da situação de Aimeé. A cena era muito constrangedora.
Brígida e tia Noeli estavam sentadas no sofá mudas. Zaquiel andava
pela sala bronqueando de um lado para o outro. Ferido e magoado
esqueceu os votos de casamento e pôs-se a escorraçar a mulher.
—O que você tem na cabeça, Brígida? Nós criaríamos a criança. Você
com essa crença estúpida em uma Deusa que reconhece os animais
como seres iguais aos seres humanos, que todos são iguais, que só
com amor podemos viver, não pode aceitar a concepção de uma
criança? Que fé é essa?-perguntava ele segurando-a pelos braços.
—Perdoe-me! Eu estava desesperada! Não sabia o que fazer.
-Implorava Brígida aos prantos.
—Não sabia o que fazer? Poderia ter me contado. Agora minha filha
está perdida e prenha de um pária! Ela foi embora acreditando que
a mãe é um monstro, e com razão. Foi atrás daquele sujeito que
não quer saber dela. Se acontecer alguma coisa com ela, você é a
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