Page 112 - O vilarejo das flores
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—Estamos de viagem. – continuou Baltazar-A senhorita que está na
carruagem precisa se alimentar e descansar um pouco.
—Vou mandar preparar um lanche forte. Adélia! - gritou o homem.
Correndo veio uma moça da idade de Aimeé. – Tem uma senhorita
na carruagem que precisa de ajuda. Depois, volte aqui e prepare a
mesa para ela comer.
A moça acatou as ordens e saiu na direção da carruagem.
—O que o senhor vai querer comer? - perguntou o homem à Baltazar.
—Vou esperar a senhorita decidir. Eu como o que tiver. – disse
Baltazar com humildade.
—Patrão! - chamou Adélia entrando.
—O que foi garota? - esbravejou o homem
—Qual é a carruagem? A que está aqui fora? - perguntou a menina.
—Não sua tonta! A que está aqui dentro! É claro que é a que está do
lado de fora.
—Mas aqui não tem nenhuma moça.
Baltazar achou estranho e foi até a carruagem. Constatou que
Aimeé não estava nela e nem próximo a taberna.
—Senhorita Aimeé! - chamava ele desesperando-se - Senhorita
Aimeé! Não, não,não,não! Vão me matar!
Alheia a esta cena, Aimeé estava em uma trilha longe
dali. Caminhava às pressas com sua trouxa. Com medo de que a
encontrassem, fez caminhos diferentes da carruagem. Andava sem
rumo. “Eu preciso encontrar o caminho do vilarejo. Andando sem
rumo não chegarei a lugar algum.” Pensou.
Resolveu pegar uma trilha pela floresta e depois de andar horas e
horas, avistou uma vila. Estava com tanta fome, sede e já começava
a escurecer e a esfriar.
Na pequena vila havia apenas algumas casas com aparência de
maltratadas. Era muito diferente do seu vilarejo, onde as casas eram
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