Page 114 - O vilarejo das flores
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viagem por dinheiro. Além das condições das carroças, o caminho é
cheio de ladrões. Melhor voltar para casa.
—Esse vilarejo é a minha casa.
—E o que você faz tão longe de casa?- perguntou o homem.
—Eu não tenho para onde ir. - balbuciou Aimeé cabisbaixa-Se não
podem me levar, me indiquem o caminho.
—Você não entende? É perigoso! Têm ladrões, assassinos por estas
bandas. Podem te roubar ou fazer coisa pior.
—De onde venho já queriam me matar mesmo. Então não faz
diferença. - afirmou Aimeé decidida e olhos marejados-Por favor,
me indiquem o caminho.
O homem e Moira olharam para Aimeé assustados. Moira,
vendo que Aimeé não iria desistir, resolveu acalmá-la.
—Olhe, está escuro e esfriando. Não quer entrar e tomar um chocolate
quente? Hoje não podemos fazer mais nada. Amanhã veremos.
Aimeé, sem hesitar, concordou com Moira. Entrou na casa deles e
sentou-se à mesa para uma xícara de chocolate quente. Diante deles,
desabou em lágrimas. Moira a acalmou e fez sinal para que o homem
se retirasse. Aimeé contou, em meio a lágrimas, sua história à Moira:
do vilarejo, de Francis, de seus pais e da gravidez.
—Você entende agora porque preciso voltar? – disse Aimeé.
—Entendo sua ansiedade, Aimeé. Mas não posso deixá-la viajar
nestas condições. A estrada, como eu disse, é muito perigosa.
Mas eu preciso voltar ao vilarejo! - disse Aimeé histérica levantando-
se da cadeira.
—Calma! - pediu Moira com firmeza – Amanhã vou conversar com
o dono da quitanda. Ele recebe mercadoria uma vez por semana.
Talvez possa nos ajudar.
Aimeé abraçou Moira com as lágrimas rolando dos olhos e
repetia sem cessar:
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