Page 120 - O vilarejo das flores
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formalidade: “Patrão”, “Senhor”. Mas Francis conservou seu interior
intacto. Esse interior que Aimeé mexeu, sacudiu e transformou com
sua candura, ele preservou.
Sua vida financeira estava tão bem que Francis procurou ajudar a
todos do Vilarejo da Colina. Graças a isso, os moradores do seu
antigo lar, conseguiram prosperar também. Agora, os dois vilarejos
equiparavam-se em riqueza.
Embora tudo isso o animasse, seu coração ansiava por um
milagre. Francis não conseguia esquecer Aimeé. Às vezes ficava meio
deprimido, e refugiava-se no local que se encontravam para pensar.
“Fiz tudo isso por você. Onde você está? Porque me deixou? Queria
entender. ”
Sonhava sempre com ela. Um dia foi tão real que levantou
gritando seu nome. A casa que tinha construído para ela estava
intacta. Por vezes, ele pensou em pegar um martelo e destruí-la, mas
nunca conseguiu, resolveu então lacrá-la para que ninguém pudesse
entrar. Tentou procurá-la em vários vilarejos para ver se alguém
tinha visto, mas nenhuma pista foi encontrada.
Ao seu redor ficava Bibiana que se insinuava sempre que o
encontrava ocasionalmente. E ela fazia o impossível para ter muitos
encontros com ele. “É uma boa menina”. Pensava ele, mas tinha um
raio de esperança que iria rever Aimeé.
Francis agora era visado como um bom partido e as conversas
nas tabernas, sempre eram sobre quem seria a sortuda futura esposa.
O nome de Bibiana sempre aparecia e ele foi se acostumando com a
ideia. Ajudou quando ele mais precisou e sempre estava por perto.
Diante da insistência dela resolveu dar uma nova chance a seu
coração. Ele passou a frequentar a casa dela e era muito bem recebido
pelos pais. Bibiana fazia de tudo para agradá-lo, assim como os pais
dela.
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