Page 172 - As Crônicas de Nárnia - Volume Único
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O TRIUNFO DA FEITICEIRA
Logo que a feiticeira desapareceu, Aslam disse:
– Temos de abandonar este lugar imediatamente, porque vai ser
utilizado para outra coisa. Acamparemos esta noite na margem do Beruna.
Todos estavam ansiosos, é claro, para conhecer os termos do acordo.
Mas a expressão de Aslam era tão severa, e o rugido que soltara ressoava
ainda de tal modo nos ouvidos de todos, que ninguém teve coragem de
interrogá-lo.
Depois de uma refeição ao ar livre, no cimo da encosta, ajudaram a
desarmar a barraca real e a arrumar as coisas. Antes de duas horas estavam
a caminho, rumo ao nordeste, avançando a passo moderado, pois o lugar
para onde iam não era longe.
Aslam explicou a Pedro seu plano de campanha:
– Logo que termine suas tarefas por aqui, a feiticeira deve voltar para
o seu castelo e preparar-se para resistir a um cerco. Talvez você possa
cortar-lhe o caminho, impedindo que ela chegue lá, mas também pode ser
que não.
Aslam continuou a expor dois planos diferentes de batalha: um para
atacar a feiticeira e sua gente no bosque; outro para assaltar o castelo.
Aconselhou Pedro sobre a melhor maneira de conduzir as operações,
dizendo coisas assim: “Deve colocar os centauros em tal parte”, ou “Não
esqueça suas sentinelas”.
Por fim, disse Pedro:
– Mas você ficará comigo, Aslam.
– Nada posso prometer – retrucou Aslam, e continuou a dar suas
instruções.
Na segunda etapa da viagem, foram Susana e Lúcia que lhe fizeram
companhia. Aslam, entretanto, quase nada falou, dando-lhes a impressão de
estar muito triste.
Chegaram a um ponto onde o vale se alargava e o rio corria num
leito amplo e pouco fundo. Era o Passo do Beruna. Aslam deu ordem para
que acampassem do lado de cá. Pedro observou: