Page 173 - As Crônicas de Nárnia - Volume Único
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– Não seria melhor o lado de lá? Ela pode atacar-nos à noite.

                         Aslam, que parecia preocupado com outra coisa, levantou a cabeça,
                  sacudiu a juba soberba e disse:

                         – Hum! Que foi?

                         Pedro repetiu a pergunta.
                         –  Não!  –  disse  Aslam,  com  voz  indiferente,  como  se  aquilo  não
                  tivesse a mínima importância.

                         –  Ela  não  ataca  esta  noite.  –  E  soltou  um  profundo  suspiro,
                  acrescentando em seguida:

                         – De qualquer modo, foi bem pensado. Só que não vale a pena.

                         E continuaram a armar as tendas.
                         Nessa  noite,  a  tristeza  de  Aslam  projetou-se  em  todos  os  outros.
                  Pedro  não  se  sentia  bem  ao  lembrar  que  ia  assumir  sozinho  a
                  responsabilidade da batalha. Fora um grande choque o fato de Aslam não
                  prometer estar presente. A ceia foi silenciosa, muito diferente da refeição
                  da noite passada ou daquela mesma manhã. Era como se os dias felizes,

                  que mal tinham começado, já chegassem ao fim.
                         Susana  nem  conseguiu  dormir,  inquieta.  Depois  de  muito  tempo
                  acordada, virou-se e ouviu Lúcia suspirar.

                         – Você também não consegue dormir, Lu?

                         – Não. Achei que você estava dormindo. Tenho um pressentimento
                  horrível, Susana, como se qual quer coisa estivesse para acontecer com a
                  gente.
                         – É mesmo? Eu também.

                         – É alguma coisa com Aslam. Ou algo pavoroso está para acontecer
                  com ele, ou é ele que vai fazer algo assim.

                         – Esteve preocupado o dia inteiro, Lúcia! Ele disse que não poderá
                  estar conosco na batalha.

                         Será que está pensando em ir embora esta noite?

                         – Onde ele está agora? Na barraca?
                         – Acho que não.

                         – Susana! Vamos procurá-lo.

                         – Está bem, vamos. É melhor do que ficar acordada.

                         Muito de mansinho, as duas meninas foram abrindo caminho entre os
                  que  dormiam  e  saíram  da  tenda.  O  luar  estava  claro  e  reinava  silêncio.
                  Susana agarrou-se ao braço de Lúcia de repente:
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