Page 167 - As Crônicas de Nárnia - Volume Único
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MAGIA PROFUNDA NA AURORA DO TEMPO
Depois de andar mais do que imaginava que alguém fosse capaz de andar,
Edmundo parou; parou por ordem da feiticeira, num vale escuro. Deixou-se
cair sem forças e ficou imóvel, cara no chão, nem se importando com o que
pudesse acontecer, contanto que o deixassem ali deitado. Tão cansado
estava que não sentia nem fome nem sede.
– Agora, Majestade, não adianta. Já devem estar na Mesa de Pedra –
disse o anão desanimado.
– Talvez o lobo fareje onde estamos e nos traga notícias.
– Boas não podem ser.
– Quatro tronos em Cair Paravel. E se só três forem ocupados? A
profecia não se cumprirá.
– Que importância tem isso, agora que Ele chegou? – O anão não
tinha coragem de pronunciar o nome de Aslam na presença de sua senhora.
– Pode ser que não fique aqui muito tempo. E então... cairíamos em
cima dos três em Cair Paravel.
– Seria melhor conservar este como refém – disse o anão, chutando
Edmundo.
– Para que os outros venham salvá-lo? – replicou a feiticeira, com ar
desdenhoso.
– Então o melhor é fazer logo o que se tem a fazer.
– Gostaria que fosse na Mesa de Pedra e não aqui. É o lugar
adequado. Essas coisas sempre foram feitas lá.
– Longe ainda está o dia em que a Mesa de Pedra voltará a servir
para o fim que lhe convém – disse o anão.
– É verdade – concordou a feiticeira. – Assim sendo, vamos à coisa...
Nesse momento, um lobo precipitou-se ao encontro deles, rosnando:
– Estão na Mesa de Pedra com Ele. Mataram o capitão Maugrim. Vi
tudo, escondido. Foi um Filho de Adão. Fuja! Fuja!
– Fugir, isso nunca! Convoque todo o meu povo aqui. Chame os
gigantes, os velhos lobos e os espíritos das árvores que estão ao nosso lado.