Page 410 - As Crônicas de Nárnia - Volume Único
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da trompa mágica, o rei Edmundo e a rainha Lúcia. As crianças
despediram–se afetuosamente dos velhos amigos, e Lúcia até chegou a
chorar.
Os animais beijaram as crianças, os Ursos Barrigudos deram–lhes
tapinhas amáveis, Trumpkin apertou–lhes a mão e, para terminar, não
faltou um abraço bem apertado de Caça–trufas, que lhes fez cócegas com o
bigode. É claro que Caspian voltou a oferecer a trompa a Susana, e é claro
que esta lhe disse que a guardasse. Depois, magnífica e terrível, seguiu–se a
despedida de Aslam. Pedro tomou então o seu lugar, com Susana atrás,
pousando–lhe as mãos nos ombros, e as mãos de Edmundo nos ombros
dela, e as do primeiro telmarino nos de Lúcia. E assim, numa longa fila,
avançaram para a porta. Seguiu–se um momento indescritível, durante o
qual as crianças viram três coisas ao mesmo tempo. Viram a boca de uma
caverna, descobrindo o verde e o azul brilhantes de uma ilha do Pacífico –
a ilha em que os telmarinos iriam encontrar–se no momento em que
transpusessem a porta. Viram uma clareira em Nárnia e os rostos dos anões
e dos animais e os olhos profundos de Aslam e as manchinhas brancas do
focinho do texugo. A terceira visão, porém, foi aquela que rapidamente
dominou as outras duas: uma plataforma cinzenta e arenosa de uma estação
de estrada de ferro provinciana, um banco com malas ao lado, eles sentados
no banco, como se nunca tivessem saído de lá... O espetáculo por um
instante lhes pareceu um pouco monótono, depois de tudo o que tinham
vivido, mas, inexplicavelmente, tinha também o seu encanto, com o cheiro
característico e familiar das estações ferroviárias, e o céu da terra natal e as
perspectivas do primeiro período de aulas.
– Bem – disse Pedro – foi uma esplêndida aventura!
– Ora bolas! – exclamou Edmundo. – Deixei minha lanterna nova em
Nárnia...
Fim do Vol. III
Próximo volume:
A Viagem do Peregrino da Alvorada