Page 593 - As Crônicas de Nárnia - Volume Único
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– Você é o único que não tem culpa alguma – disse Eustáquio. –
Tentou fazer com que a gente parasse.
– Não tentei com bastante força – replicou o paulama. – Devia ter
feito isso, ora essa! Como se não fosse fácil segurar vocês!
– A verdade é a seguinte – disse Eustáquio: – A gente estava tão
ansioso para chegar aqui, que não demos bola para mais nada. Eu, pelo
menos. Desde o momento em que encontramos aquela mulher com o
cavaleiro que não dizia bulhufas, não pensamos mais em coisa nenhuma. E
quase esquecemos o príncipe Rilian.
– Para mim – comentou Brejeiro –, era isso o que a mulher estava
querendo.
– O que não entendo direito – disse Jill – é a gente não ter visto o
letreiro. Será que ele só apareceu depois? Será que Aslam não o colocou aí
durante a noite? Tive um sonho tão esquisito!
E contou a eles o sonho. Eustáquio exclamou:
– Sua boboca! Nós vimos o letreiro! Nós andamos no letreiro.
Entramos na letra E de DEBAIXO lá onde você caiu. Andamos no fundo
do E, viramos primeiro à direita, a primeira perninha, depois viramos outra
vez para a direita, a perninha do meio, depois fomos até o fim do E e
voltamos. Como somos idiotas!
Eustáquio deu um chute e continuou:
– Nada feito, Jill. Sei o que você estava pensando porque eu estava
pensando a mesma coisa. Você estava pensando como seria bom se Aslam
só tivesse colocado as instruções nas pedras da cidade em ruínas depois que
a gente tivesse passado. Assim, a culpa seria dele, e não nossa. Ótimo, não
é? Nada disso. Temos de aceitar as coisas como elas são. A gente tinha
somente quatro sinais para seguir e já falhamos nos três primeiros.
– Está querendo dizer que eu falhei! – replicou Jill. – E é a pura
verdade. Estou estragando tudo desde que você me trouxe para cá.
Desculpe, desculpe, desculpe, mas, de qualquer jeito, quais são as
instruções? DEBAIXO DE MIM não faz muito sentido.
O paulama interveio:
– Faz! O sentido é este: devíamos ter procurado o príncipe debaixo
da cidade.
– Mas como fazer isso? – perguntou Jill.
– Aí é que está – respondeu Brejeiro, esfregando as mãos de sapo. –
Como fazer isso agora? Se a gente estivesse com a cabeça no lugar ao
passar pela cidade em ruínas, teríamos achado um jeito, uma portinha, uma