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Uma Nova Forma de Viver
Faz um ano que a pandemia começou e um ano que fomos obrigados a mudar radicalmente os nos-
sos hábitos e costumes. De um momento para o outro, deixamos de poder estar com os nossos avós,
amigos, família e, algo que nunca imaginei que pudesse acontecer, deixamos de poder frequentar a es-
cola e de ter o ensino presencial a que sempre estivemos habituados.
Subitamente, começamos a aprender através de um computador, a lidar diariamente com a angústia
de procurar respostas que tardam em surgir e de esperar que a luz fosca que vemos ao fundo do túnel
brilhasse novamente.
Para além de uma nova forma de viver, tivemos de encarar e de enfrentar uma realidade desconhe-
cida até então, uma realidade feita de estatísticas e vazia de sentimentos, uma realidade repleta de ne-
cessidades e uma realidade em que reina a solidão.
No entanto, encontramos também novas formas de avançar e de superar dificuldades. Em muitas
áreas da nossa sociedade as pessoas veem-se obrigadas a desenvolver novas formas de trabalho e de
rendimento e modos seguros de poderem exercer o seu ofício. Temos o exemplo dos artistas que têm
de se reinventar, encontrar novos caminhos, para conseguirem sobreviver e manter a cultura viva. Neste
longo caminho, as redes sociais têm tido um papel preponderante tanto na divulgação de lojas, como de
marcas dos mais variados produtos, facilitando o comércio online e mantendo vivos os nossos hábitos
de consumo. Têm-nos permitido também manter o contacto com os que nos são próximos, mesmo es-
tando à distância.
A prática de exercício físico, importante também para a saúde mental, tem promovido o bem-estar
físico e psicológico, assim como permitido elevar a autoestima e a autoconfiança. Observando e tendo
em consideração a minha experiência pessoal, o exercício físico durante a quarentena ocupou grande
parte do meu tempo e ajudou-me a lidar com esta nova vida, assim como a manter uma rotina saudável
e ativa. Penso que esta experiência é comum à maior parte dos jovens.
Estamos inseridos numa sociedade em que as rotinas estão ao serviço dos objetivos que estabele-
cemos e em que a vida é uma correria que todos temos de acompanhar para estarmos à altura do que
esperam de nós.
Ainda assim, esta situação permitiu-me parar e pensar mais em mim e traçar objetivos. Sinto que
finalmente percebi qual é o rumo que gostaria de dar à minha vida a nível académico e tive tempo e es-
paço para procurar e descobrir mais curiosidades sobre o que me rodeia. Tudo tem sido feito de um mo-
do mais fácil, tendo em conta os avanços tecnológicos com que contamos hoje em dia.
Por mais que tenha sido complicado estar longe de uma realidade a que estávamos habituados,
sinto que aprendi a não dar tudo por garantido e a valorizar mais o que tenho e as maravilhosas oportu-
nidades que me são dadas para conseguir crescer e evoluir como pessoa. Consegui perceber que tudo
o que acontece, de bom ou de mau, contribui para este processo de crescimento e, na minha opinião,
para melhor saber lidar com realidades distintas e enfrentar adversidades.
Mafalda Matos, n.º 15, 10.º CT3
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