Page 48 - Na Teia - Mauro Victor V. de Brito
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lidariam com as pessoas (em sua maioria travestis e mulheres tran-
           sexuais) que trabalhavam com prostituição na região, o que seria feito

           com diversos comércios que não constavam no plano e como todas as
           atividades que acontecem no Largo continuariam a acontecer. Não
           obtivemos respostas. As organizações não gostaram dos nossos ques-
           tionamentos e suspenderam o diálogo com a gente”, relata Helcio.
           Começa então, um grande movimento do Arouchianos contra a
           implantação do Boulevard Francês. Ainda em 2017, o coletivo fez
           diversas reuniões abertas no meio da praça para expor o projeto, e,

           em seguida, procurou apoio de outros movimentos sociais atuan-
           tes na região central; o passo seguinte foi buscar auxílio dentro
           da Câmara dos Vereadores. Com sua breve experiência política,
           Helcio Beuclair, junto dos integrantes do grupo, acionou diver-
           sos nomes para tentar barrar a obra, dentre eles Eduardo Suplicy
           e Sâmia Bomfim.
             A deputada recentemente eleita, à época, Sâmia Bomfim, foi a
           primeira a abraçar a causa arouchiana, convocando uma série de
           audiências públicas para tratar do assunto. A primeira delas acon-

           teceu no mesmo dia de um protesto na Avenida Paulista, contra
           o projeto de “Cura-Gay” que transitava em Brasília. A manifes-
           tação terminou na audiência pública, que contava também com
           representantes do Instituto Cidade em Movimento.
             “Os representantes do IVM tentaram contornar a situação, disse-
           ram que a obra não teria nada de ‘ francês’ e tudo isso era invenção
           nossa. Quando mostramos reportagens e vídeos do prefeito Dória

           falando sobre o projeto, os representantes chegaram a dizer que tudo
           não passava de falácia do governante”, conta Helcio. “Eles insistiam
           em tirar o projeto do papel, então denunciamos a obra ao Condephaat
           (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e


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