Page 53 - Na Teia - Mauro Victor V. de Brito
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projeto “Transcidadania” tem como proposta promover a integra-
ção desses indivíduos em situação de vulnerabilidade na sociedade.
Isso acontece por meio de uma bolsa de estudos, onde esse público
tem a oportunidade de concluir os Ensinos Fundamental e Médio,
além de adquirir qualificação profissional. A atual lista de benefi-
ciados, disponibilizada no site da Prefeitura de São Paulo, conta
com 167 nomes que recebem o valor mensal de R$1.097,25 para
permanecerem na formação.
O projeto Transcidadania fez parte do desenho da proposta
para implantação do primeiro centro de acolhida para travestis e
mulheres transexuais do Brasil, a Casa Florescer. Inaugurada em
maio de 2016, o abrigo está localizado no bairro do Bom Retiro,
região central de São Paulo, e tem espaço para receber 30 pessoas,
com quatro quartos, 4 banheiros, refeitório, quadra poliesportiva,
lavandeira e salas de convivência.
O coordenador da Florescer, Alberto Silva, fez parte da equipe
que estruturou toda a proposta da casa. Antes disso, ele traba-
lhou como arte-educador no Cetrem (Central de Triagem e
Encaminhamento ao Migrante, Itinerante e Morador de Rua
de São Paulo). Lá, Alberto conviveu diretamente atendendo o
público diversificado que procurava acolhida e percebeu que se
fazia necessário um recorte no atendimento à travestis e tran-
sexuais, pois, além da cultura nociva a esse público nas ruas, o
Cetrem não era capaz de integrá-las aos demais abrigados. Assim
nascia a ideia de um abrigo que atendesse apenas essa população.
Para conseguir uma vaga na Florescer, é necessário fazer um
cadastro no Centro de Referência Especializado de Assistência
Social (CREAS), na unidade da Santa Cecília, bairro da região
central da capital paulista. Alberto conta que, apesar da cidade
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