Page 1 - HOLOCAUSTO
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HISTÓRIAS FLUMINENSES
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CONTRIBUIÇÃO À SUA HISTÓRIA
NO RIO DE JANEIRO
GUILHERME PERES
Comissões designadas
pela Igreja, chamadas de
sínodos, que investigavam
atos de heresia, foi o início
da intolerância religiosa
que mais tarde se
constituiria na "Santa
Inquisição", e se dispersou
pela Europa no começo do
século XIII, sob o domínio
do papa Inocêncio III.
A partir de 1229,
generalizou-se na França
sob a administração do
papa Alexandre IV,
espalhando-se por toda a
Península Ibérica no século XVI, com a divulgação de uma bula do papa Paulo III,
instituindo o Tribunal do Santo Ofício em terras lusas, e concedendo ao rei D. João III
plenos poderes para sua execução.
Lisboa assistiu em 1540, ao primeiro auto de fé sob a bandeira da Igreja. Um
“hereje” era "relaxado em carne", ou seja, queimado vivo sobre a fogueira da “Santa
Inquisição”. Início de um vendaval de tortura e sofrimento, que em breve atingiria o
Brasil. Portugal penitenciou a partir dessa data até 1773 sob o governo de Pombal,
23.068 almas das quais 1.454 foram queimadas. Nesses números estavam relacionados,
bígamos, sodomitas, apóstatas, clérigos, milagreiros, falsas testemunhas, bruxos,
burlões e relapsos. Mas foram os judeus que representaram noventa por cento dos
sacrificados.
Para cada delito, aplicavam-se os mais diferentes castigos. Sofrimento e dor
com tortura sofrida nos cárceres da Inquisição era o destino daqueles que se negavam
a "colaborar" com o tribunal, na confissão ou delação. "Era considerado "diminuto" o
réu que não denunciasse a todos que o havia denunciado; "negativo” era o réu que não
aceitava as acusações que lhe eram imputadas; "relaxado ao braço secular" era um
eufemismo utilizado pelo Santo Ofício, que significava a condenação à morte pelo fogo,
“executada pelo poder civil, e não pela Igreja".
Ao Tribunal do Santo Ofício de Lisboa, eram destinados todos os acusados de
delitos praticados contra ordem estabelecida da Igreja, em Portugal e suas colônias.
Forçados a tornarem-se cristãos através de uma ordenação do rei D. Manoel, em 1536
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