Page 37 - História de uma Gaivota e do Gato que a ensinou a voar
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-  Ouve, tenho muita pena mas eu não sou a tua mamã - miou Zorbas.


                  -  Claro que és a minha mamã. E és uma mamã muito boa - replicou ela

                fechando os olhos.


                  Quando  Colonello,  Secretário  e  Sabetudo  chegaram,  encontraram  a

                gaivotinha adormecida ao pé de Zorbas.

                  -  Parabéns! É uma avezinha muito bonita. Quanto pesava ao nascer? -


                perguntou Sabetudo.

                  -  Que pergunta é essa? Eu não sou a mãe deste passarito! - disse Zorbas


                dando- se por desentendido.

                  -  É o que se pergunta sempre nestes casos. Não leves a mal. A verdade


                é que se trata de um passarinho muito bonito - sentenciou Colonello.

                  -  Que  terrível!  Terrível!  -  exclamou  Sabetudo  levando  as  patas  da


                frente à boca.

                  -  Não te importas de nos dizer o que é que é tão terrível? - perguntou


                Colonello.

                  -  A avezinha não tem nada que comer. É terrível! Terrível! - insistiu

                Sabetudo.


                  -  Tens razão. Tive que lhe dar umas moscas e acho que não demorará

                a querer comer outra vez - reconheceu Zorbas.


                  -  Secretário, de que está à espera? - perguntou Colonello.

                  -  Desculpe,  senhor,  mas  não  estou  a  entender  -  desculpou-se


                Secretário.

                  -  Corra  ao  restaurante  e  regresse  com  uma  sardinha  -  ordenou

                Colonello.


                  -  E porquê eu, heim? Porque é que tenho de ser sempre eu o gato dos


                recados, heim?  Molhe o rabo com  benzina, vá buscar uma sardinha.





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