Page 100 - Mitos y cuentos egipcios de la época faraónica (ed. Gustave Lefebvre)

104 MITOS Y CUENTOS F. Gl PC I OS DE LA ÉPOCA FARAÓNICA

señor de Sakhebu67, /[9,10] que está encinta de tres hijos de Ra, señor de
Sakhebu; y él ha dicho de ellos que ejercerían esta función bienhechora68
en el país entero, y que el mayor de ellos sería Grande de los Videntes69 en
Heliópolis». El corazón de su Majestad se entristeció a causa de esto70, pero
Djedi (le) dijo: «¿A qué viene este (sombrío) ánimo, soberano V.P.S., mi
señor? ¿Es71 a causa de los tres niños? Yo he querido decir: (tú), después tu
hijo, después su hijo, y (solamente) después uno de ellos». Su Majestad dijo
entonces: /[9,15] «En qué momento dará a luz ella, Reddjedet?». «Ella
alumbrará72 el día 15 del primer mes del invierno.» Y su Majestad dijo: «Es
(justamente) entonces cuando los bancos de arena del Canal de los Dos Pe­
ces73 quedan al descubierto, servidor; (de otra forma) yo mismo habría pa­
sado por encima (en barco) y habría visto (así) el templo de Ra, señor de
Sakhebu». Djedi respondió: «¡Pues bien!, yo haré que haya allí cuatro codos
de agua sobre los bancos de arena del canal de los Dos Peces».
Entonces su Majestad fue a su palacio74 y dijo: «Que se ordene a Dje­
di <entrar> en la mansión del príncipe Dedefhor; que viva /[9,20] con él
y que se le asegure75 sus raciones de alimento, consistentes en mil panes,
cien cántaros de cerveza, un buey y cien manojos de legumbres76».
Y se hizo de acuerdo con todo lo que su Majestad había ordenado77.

L o c a lid a d d e l B a jo E g ip t o , n o le jo s d e H e lió p o lis ; n o se m e n c io n a e n o t r o la d o .
68 E x p r e s ió n q u e d e sig n a el e je r c ic io d e la re a le z a ; ig u a l e n 1. 9 ,2 5 .
ω Wrrniw, tiru lo d el S u m o S a c e rd o te d e H e lió p o lis, q u e p a re c e h a b e rse in te rp re ta d o c o m o «el
m á s g ra n d e d e a q u e llo s q u e h a n sid o a d m itid o s a la v is ió n (d el d io s)» —p o sib le m e n te d e fo rm a c ió n
d e u n títu lo p rim itiv o q u e e ra Wr rtó (=mí Wr), y q u e Ju n k e r (Die Götterlebre im Memphis, 19 4 0 , p.
2 7 ) tra d u ce c o m o « a q u é l q u e v e al G ra n d e » (o p in io n d iscu tid a p o r G a rd in e r, Onomástica, cit., p. 26 7).
7(1 E l r e v e s tá in q u ie to a n te la id e a d e q u e su d in a stía v a y a a se r re e m p la z a d a p o r r e y e s d e
o tr o o rig e n . P e r o D je d i le tra n q u iliz a d ic ié n d o le q u e su h ijo y su n ie to re in a ría n a ú n tra s é l, a n ­
te s d e l a d v e n im ie n to d e u n a d in a s tía n u e v a . D e h e c h o , la s lista s re a le s n o m b r a n c o m o s u c e s o r e s
d e K h e o p s a D je d e f r e y K h e fr é n , su s h ijo s, a M ic e rin o s , h ijo d e K h e f r é n y ta m b ié n a S h e p s e s -
k a f, q u e c ie r ra la d in a s tía IV . P e ro lo s e g ip c io s d e l I m p e r io M e d io n o h a b ía n c o n s e r v a d o m á s
q u e e l re c u e r d o d e lo s r e y e s c o n s tr u c to r e s d e la s tre s g ra n d e s p irá m id e s .
ΛL it. «se m a n ifie s ta (ella)» in ir.tw. L a m is m a e x p r e s ió n m á s a b a jo l. 1 2 , 2 1 . M á s a d e la n te ,

« y o h e d ich o » dd.n.i, e n e l s e n tid o d e « y o h e q u e rid o d ecir» .
'2 E s la re s p u e s ta d e D je d i; e l c a m b io d e in te r lo c u t o r n o h a s id o in d ic a d o .
73 P a re c e , s e g ú n la in s c r ip c ió n d e Uni, 4 4 - 4 5 , q u e la p a la b ra tsw d e sig n a lo s b a n c o s d e a r e ­
n a q u e o c u p a n e l le c h o d el N ilo ν q u e n o s o n c o m p le ta m e n te c u b ie r t o s p o r la s a g u a s m á s q u e
e n lo s m e s e s d e la c re c id a ; e l re s to d e l a ñ o , e m e r g e n m á s o m e n o s , q u e d a n d o a l d e s c u b ie rto
( ;/7s/c?) y c o n s titu y e n u n a d ific u lta d p a ra la n a v e g a c ió n . E l C a n a l d e lo s D o s P e c e s a tr a v e sa b a el
n o m o I I d e l B a jo E g ip t o ; e s p o s ib le q u e se c o n fu n d ie r a c o n el b r a z o C a n ó p ic o d e l N ilo .
74 E l rey h a re c ib id o a D je d i e n la « G ra n S ala d e l P alacio» wihy n pr Ί ( 1.8 ,9 -10 ); ah o ra se n o s d ice
q u e se v u e lv e a s u p a la cio (ch-f): ¿d esig n ará esta p alab ra lo s a p a rta m e n to s p riva d o s d el so b e ra n o ?
7:1 C o m p a r a r e sta fra s e c o n Sinuhé B ,8 7 , m á s a rrib a , p . 4 1 . S e n o ta rá q u e D je d i, q u e o rd in a ria ­
m e n te c o m e q u in ie n to s p a n e s (l. 7 ,3 ) re c ib e a q u í d o b le ra c ió n ; re c ib e ig u a lm e n te u n b u e y e n te ro ,
c u a n d o le b a sta b a c o n la m ita d ; su ra c ió n h a b itu a l d e c e rv e z a (cien jarras) n o h a sid o au m e n ta d a .
76 L a p a la b ra tikt se re la c io n a c o n u n a ra íz q u e e n s e m ita y e n b e r e b e r sig n ific a « se r v e rd e » ,
D e b e d e tra ta rs e d e c h a lo ta s, p u e r r o s y c e b o lla s.
77 E s t a s ú ltim a s lín e a s re c u e r d a n la fó r m u la fin a l d e lo s tre s p rim e ro s c u e n to s. D e h e c h o , el
c u a rto c u e n to h a te r m in a d o , y a l p a re c e r e l re y h a re n u n c ia d o a d irig irs e a S a k h e b u . L o q u e si­
g u e e s u n a n e x o a e ste c u e n to , in d e p e n d ie n te d e a lg u n a m a n e ra d e la s p á g in a s p re c e d e n te s .