Page 99 - Mitos y cuentos egipcios de la época faraónica (ed. Gustave Lefebvre)
P. 99

C lIUNTOS DEL PAPIRO WESTCAR                            103


        Fintonces se le trajo una oca61, a la que se había cortado la cabeza. En­
     seguida se colocó a la oca en el lado oeste de la gran sala y su cabeza en
     el lado /[8,20] este de la gran sala. Djedi pronunció algunas palabras má­
     gicas y la oca se alzó contoneándose; su cabeza (hizo) lo mismo. Cuando
     la  una hubo  alcanzado  a la  otra,  la  oca  se  irguió  cloqueando.  Después
     hizo que le trajeran una oca (llamada) «gran-leño», e hizo lo mismo con
     ella. Su Majestad le hizo entonces traer / [8,25] un buey, cuya cabeza había
     sido derribada por tierra. Djedi pronunció algunas palabras mágicas y el
     buey se puso en pie tras él, en tanto que su correa permanecía caída /[9,1]
     por tierra62.
       El (rey) Kheops, j.v., dijo entonces: «¿Y lo que también se dice, de que
     tú conoces el número de cámaras secretas del santuario de [Thot]?». Dje­
     di respondió: «Si te complace, Majestad, no conozco su número, pero co­
     nozco el sitio en que está63».
       Su Majestad dijo: «¿Dónde está, pues?». Y Djedi respondió:  «Hay un
     cofre /[9,5] de sílex64 allí en una habitación llamada “(Cámara del) Inven­
     tario65”, en Heliópolis.  [Pues bien, está]  en ese cofre».  [Su Majestad dijo:
     «¡Ve y tráemelo!»]  Pero  Djedi  respondió:  «Soberano V.P.S.,  mi  señor, no
     seré yo quien te lo traiga». Su Majestad dijo: «¿Quién, pues, me lo traerá?».
     Djedi respondió: «Es el mayor de los tres niños que están en el vientre de
     Reddjedet quien te lo ha de traer». Su Majestad dijo: «¡Ciertamente que ello
     me complacerá! (Pero, con respecto a) lo que tú ibas a decir(me)66, ¿quién
     es esta Reddjedet?». Djedi respondió: «Es la mujer de un sacerdote de Ra,


       61  L a  p a la b r a  smn  d e s ig n a   a  la   o c a   d e l  N ilo ,  Cbenalopex aegyptiaca: c fr.  C h .  K l'F .N iv ., L'Oie du
     Nil, L y o n ,  19 2 6 .  M á s  a d e la n te ,  1.  8 ,2 4   se   m e n c io n a   o tr a   e s p e c ie   d e   o c a ,  n o   id e n tific a d a   y  lla m a ­
    d a  ht-ei,  « le ñ o   g ra n d e » ;  se   la  c ita   e n   la s  lis ta s  d e l  Papiro Harris I,  3 8   a ,  5  y  fig u ra   ta m b ié n   e n   la
     tu m b a   d e   T i.
       62  M á s   a r r ib a   se   h iz o   m e n c ió n   (1.7 ,5 )  a  u n   le ó n   c u y a   c o r r e a   a rr a s tr a   p o r   tie rra .  ¿ E s   p r e c is o
    q u iz á   s u p o n e r  q u e   e l  e sc rib a ,  d is tra íd o , s e   h a   sa lta d o   to d o  u n   p a s a je   e n   e l  q u e   se   n a r ra b a   el  p r o ­
    d ig io   r e a liz a d o   a  p r o p ó s ito   d e l  le ó n ?   P r o d ig io s   c o m o   é s t o s   q u e   a c a b a n   d e   se r  re la ta d o s   so n   r e ­
    a liz a d o s  h o y   d ía   a ú n   p o r   lo s  h in d ú e s.  E s   b ie n   c o n o c id o :  u n   m a la b a r is ta   a m b u la n te   se   in sta la   e n
    u n a   p la z a   p ú b lic a ,  te n ie n d o   p o r   to d o   b a g a je   u n a   c u e rd a   e n ro lla d a   y   u n   v ie jo   s a c o   d e   tela.  L e
    a c o m p a ñ a   u n   jo v e n   m u c h a c h o .  L a n z a   al  a ire   la  c u e rd a   d e   u n   g o lp e   y   é sta   s e   d e s e n r e d a   y   se   e le ­
    v a ,  d e re c h a ,  h a c ia   e l  c ie lo ,  d e s a p a re c ie n d o   su   e x tr e m id a d   d e   la  v is ta .  «El niño tripa entonces por la

    cuerda >y desaparece igualmente; y poco después caen del cielo bracos, piernas, una cabera, etc., que el hechicero
    recoge y  mete en el saco. Pronuncia acto seguido sobre éste algunas palabras mágicas, lo abre y el niño sale, y sa­
    luda a los espectadores» (M .  M A F/rr.R l.lN C K ,  L’Hôte Inconnu, In tr o d u c tio n ,  p.  10 ) .
       63  T r a d u c c ió n   lite ra l, y a   q u e   e l p r o n o m b r e  st « e sto »   d e s ig n a   e l  n ú m e r o   o   el  m e d io   d e   c o n o ­
    c e r   e ste   n ú m e ro .
       64  [N .  d e l T .:  E l   síle x ,  q u e   a b u n d a   n a tu r a lm e n te   e n   E g ip t o ,  e s  u n   m a te ria l p a r a   lo s   e g ip c io s
    m u y   a p re c ia d o   y   q u e   tie n e   su   lu g a r e n   lo s   ritu a le s  v   e n   lo   re lig io s o   e n  g e n e r a l;  p o r   e je m p lo ,  c o n
    u n   c u c h illo   d e   síle x   se   h a c ía   la   in c is ió n   in ic ia l  e n   e l  a b d o m e n   p a ra   re a liz a r  e l  ritu a l  d e   la   m o m i­
    fic a c ió n .]
       fo L a  h a b ita c ió n  d o n d e   se  c o n s e r v a b a n   lo s  a r c h iv o s  y e s p e c ia lm e n t e  e l in v e n ta r io   d e  la s  p r o ­
    p ie d a d e s   d e l  te m p lo .
       66   E n t e n d e r   <ir> ni ddy.k.  P a ra  ni,  c fr.  G a r d in e r  e n  ZAS 6 9   ( 19 3 3 ) , p .  7 0 .  P a ra  ddy.k,  fo rm a
    re lativa  p ro s p e c tiv a ,  c fr.  G u n n , Studies, cit.,  p.  1 5   (n .°  8 7)  y   B la c k m a n ,  e n  JEA  1 6   ( 19 3 0 ) ,  p.  6 7 .
   94   95   96   97   98   99   100   101   102   103   104