Page 135 - Processos e práticas de ensino-aprendizagem
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Acabei me perdendo, normal. Quem nunca? Enfim, uma noite, na faculdade,
               uma colega chegou desesperada falando que tinha feito estágio em uma editora e foi

               muito  maltratada  pela  mulher  que  trabalhava  lá,  ficou  traumatizada  e  tal,  falando
               horrores,  e,  mais  uma  vez,  não  sei  o  que  aconteceu  comigo,  falei  caramba!  Uma

               editora? Tá aí, é meu sonho... Sabe quando você não se importa com a situação, ou com

               coisa qualquer, mas tem em mente a concretização do teu sonho? Movida por essa
               vontade... Fui eu e meu currículo até o CEE, sim boa parte do salário, que já era menos

               que mínimo, que ficava com eles, marquei a vaga desejada: Juruá Editora. E quem
               diria... Fiquei lá por bons 10 anos. Não estou brincando. Entrei sem saber o que era um

               fax, rindo, achava o máximo a informação chegando por escrito, meu Deus, em que
               mundo eu vivia? Fui apresentada a diferentes ferramentas, e lá fui eu, agarrando tudo

               que passava por mim, programas de edição, revisões de textos, contato com autores,

               reuniões, divulgações, que mundo!!!! Lá encontrei uma referência de pai que, às vezes,
               admito que esquecia ser meu chefe...

                      A  imaturidade  da  pouca  vivência  e  experimentação  me  trazia  à  tona  uma
               sinceridade que, teimosamente, me persegue até hoje. Que bom, a Juruá me ofereceu

               uma vida. Me mostrou que podia dar saltos gigantes... e lá fui eu... Mestrado? Por que
               não? A faculdade acabou, fui efetivada, deixei de ser estagiária, o cargo só subia, as

               responsabilidades  também,  eu  era  muito  dedicada,  muito  mesmo,  amava  meu

               trabalho, cada pedacinho dele. Mas o sonho de educar encontrava-se ali... O mestrado
               foi um pontapé para atuar no Ensino Superior, o que confesso, foi uma verdadeira

               paixão! Transbordava no meu saber-fazer, aprendi e vivi muito, intensamente, por 8
               anos dediquei estudos e trocas à essa etapa.

                      Estou dando saltos enormes e, percebo o quão esburacado estou deixando esse
               meu caminhar, mas a ideia é essa, trazer à tona aquilo que se permite vir à tona.

                      Adoro esses parágrafos onde tento explicar a desordem dos fatos.
                      Bom, quase esquecendo... Como entrei na pedagogia, não é mesmo? Lembro-

               me o ano, afinal um vestibular da UFPR, fica marcado! Em 2013 a pedagogia cruzou
               meu caminho e me fez perceber o quanto Freire fazia falta em minha vida, mas ao

               mesmo tempo o quanto estava presente sem percebê-lo. As mudanças, o encontro com

               a Educação de Jovens e Adultos, aqui acordo-me de outra grande discussão com minha
               avó... Que me interrogava, como assim? Você vai dar aula à noite, para adultos, mas


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                       PROCESSOS E PRÁTICAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM: HISTÓRIAS DE VIDA E DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES
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