Page 138 - Processos e práticas de ensino-aprendizagem
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responsabilidade não podia parar, os tijolinhos precisavam ser colocados, um a um,
todos os dias. Quantas transformações, verdadeiras metamorfoses, alunos e
professores, pais e escolas, desigualdades marcadas com mais afinco, enfim uma
infinidade de informações, turbilhões de medos, receios... Tudo era novo. Tudo
causava estranhamento.
Mas não paramos. 2 anos de distanciamento, 2 anos em que tudo foi readaptado
ao “novo normal”. Quantos obstáculos a serem vencidos, obstáculos antes nunca vistos,
mas o importante é que nos fizeram fortes.
E em meio a esse tumulto ela se foi, as palavras então transbordavam de minhas
mãos, eu precisava colocar para fora toda aquela dor... Dentre tantos escritos, escolhi
este para, com vocês, compartilhar:
“O meu olhar de céu azul se foi...
O meu calor que não vem do sol também...
Como a falta está presente.
Como a falta é permanente.
A lágrima vem do coração.
A dor vem da lembrança.
Vó,
meu novo sinônimo de saudades,
meu eterno sinônimo de amor”.
É... Drummond... você avisou que haveria pedras. Cá estamos, convivendo com
a dor diária do luto. Mantendo firme o sonho aceso, o sonho da transformação.
Quando as palavras faltam é porque o sentimento transformou-se em algo tão
puro e tão único que se faz impossível essa transposição. Por isso... permita-se o sentir
de cada momento, transforme o sentir em sensação, não registre com palavras, os
outros mal o interpretarão. Quem melhor do que eu para desvelar a unicidade da
percepção.
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PROCESSOS E PRÁTICAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM: HISTÓRIAS DE VIDA E DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES