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ser alvo de investimentos do mercado imobiliário de • Dotar o Centro Histórico de Salvador, através da
prestígio, tende a excluir dele as populações locais ativação do ciclo econômico, de condições efetivas
ou não privilegiadas e, com elas, suas atividades para a manutenção de bens e valores culturais de
tradicionais e modestamente cotidianas (Choay, forma contínua e eficaz.
2001, p. 226).
• Promover a recuperação e a restauração física da
Ao longo das décadas de 1960 e 1970, enquanto as área do Centro Histórico de Salvador, redefinindo
reportagens denunciavam o descaso de vários projetos sua função em relação à cidade e à região
com a questão social, as verbas para financiá-los metropolitana.
escasseavam. Por falta de investimentos, eles não foram
• Criar condições de desenvolvimento do potencial
concluídos, ou alcançaram apenas objetivos pontuais.
produtivo e da organização social da área.
O discurso que revestia tais projetos, no qual as coisas
pareciam se adequar de forma ordenada, flexível e correta, • Introduzir a ação cooperada entre os setores
era meramente formal. Na prática, as ações frustravam e públicos e o privado, organismos internacionais
iludiam. Mas, em 1981, o argumento do poder municipal e comunidade como mecanismo capacitado a Largo do
se tornou claro no “Programa de Limpeza Pública do propiciar o Plano de Ação Integrada. Pelourinho.
Sítio Histórico do Pelourinho”. Como se viu, o abandono
do Pelourinho estimulou o meretrício, a pobreza e a
miséria. Com esse programa, a intenção de “limpar”
era generalizada, abrangendo tanto os seres humanos
quanto a infraestrutura. Porém, alegando falta de verbas, o
Estado enxergava como solução desapropriar os imóveis
e repassá-los à iniciativa privada. Assim, na década de
1980 constatou-se um avanço relevante da deterioração
do lugar, cujas causas foram as intervenções pontuais em
um ou outro prédio, sem que se considerasse o conjunto
urbano. Ainda faltava um projeto sócioeconômico mais
abarcante, que formulasse um programa de indenização
e reassentamento da população residente.
A década de 1990, no entanto, se fez promissora
para o turismo baiano. Cria-se um novo Programa de
Recuperação para o Centro Histórico de Salvador. Seus
objetivos, expostos na página 18 do projeto, tornavam 207
claras as intenções:
Programa monumenta – IPhan