Page 24 - Competências Socioemocionais - E-book
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Portanto, a PP tornou-se fundamental para subsidiar o debate fundamentado no bem-estar do
espaço escolar, situação urgente e necessária, frente aos desafios que fazem parte do cenário
educacional do século XXI. Neste ínterim, conforme afirma Seligman (2019, p. 93),
Há duas razões para que o bem-estar seja ensinado nas escolas: a avalanche de depressão e o aumento
nominal da felicidade ao longo das duas últimas gerações. Uma terceira razão é que um bem-estar maior
melhora a aprendizagem, o objetivo tradicional da educação.
Dessa forma, a proposta apresentada por Seligman, de uma educação positiva, surge do ideal de
levar às escolas um ambiente que valorize o bem-estar e o desempenho acadêmico nas mesmas
proporções. Em perspectiva mais ampla, atualmente a literatura define a educação positiva como a
aplicação dos conceitos da psicologia positiva na educação, com o objetivo de incremento do bem-estar
da comunidade escolar. Isso ocorre pelo desenvolvimento das "forças cognitivas, emocionais e
comportamentais dos alunos e professores para aumentar a motivação para o ensino aprendizagem,
consequentemente melhorar os resultados acadêmicos e o clima escolar". (OLIVEIRA, A.; GIACOMONI, 2021,
p. 10)
O alinhamento sistêmico dessas ideias com o projeto pedagógico é observável na articulação de
dois eixos estruturantes da normativa: o ensino preparatório e o ensino assistencial.
O ensino preparatório é compreendido sob duas perspectivas complementares, enquanto uma
direciona o processo formativo para habilitação do aluno ao prosseguimento dos estudos, seja pelo
despertar da vocação militar ou pelo ingresso ao ensino superior, a outra destaca a preparação para
a vida no sentido de "capacitar todos os discentes à busca da felicidade e da realização pessoal"
(DIRETORIA DE EDUCAÇÃO PREPARATÓRIA E ASSISTENCIAL, 2021, grifo nosso).
O ensino assistencial configura o apoio à família militar por meio do amparo aos dependentes de
militares no sentido de "eliminar ou minimizar aquelas desvantagens produzidas pelas características
intrínsecas ao labor castrense". Dessa forma, a educação assistencial se torna ativo intangível ao
"moral da tropa, entendido como o conjunto de condições biopsicossociais necessárias ao desempenho
das funções militares" (DIRETORIA DE EDUCAÇÃO PREPARATÓRIA E ASSISTENCIAL, 2021).
Mas afinal, qual a relação desse contexto com a inserção das competências socioemocionais no
CMC?
O fato é que essa busca por novos caminhos, que causem impacto positivo no bem-estar, na
segurança emocional e no desenvolvimento das potencialidades dos integrantes da comunidade escolar,
tornou o ambiente propício e permeável, frente às proposições de uma educação socioemocional.
Em paralelo aos estudos do bem-estar, o GT DEPA CSE, com integrantes do CMC e de outros CM,
desenvolveria estudos sobre uma matriz experimental de competências socioemocionais, tendo em vista