Page 30 - Competências Socioemocionais - E-book
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Outra forma de potencializar este processo é construir um repositório de boas práticas, ao


        estimular  e  trazer  à  luz  bons  projetos  ou  aulas  que  integrem  os  componentes  curriculares  às

        competências socioemocionais. A seleção e destaque dessas atividades serve como referência, inspirando

        novas ações e aumentando o repertório de diversidade de atividades da comunidade escolar.

                O objetivo dessa prática é naturalizar a intencionalidade ao produzir uma aula que contemple o

        desenvolvimento de habilidades socioemocionais. Segundo Repetto et all. (2007 apud NAKANO, OLIVEIRA,

        OLIVEIRA, 2021, p.186) os resultados percebidos na integração dessas competências no currículo escolar,

        "indicam que os alunos enriquecem seu vocabulário emocional e também aprendem a usar, de forma

        mais adequada, estratégias de enfrentamento em situações emocionalmente difíceis".

               Sugerimos que ações e projetos, já existentes nos CM, sejam revisados e reelaborados à luz das

        CSE e que novos projetos sejam avaliados sob esse prisma. No Capítulo de Relatos de Casos serão

        apresentadas  sínteses  que  envolvem  ações,  projetos  e  aulas,  todos  desenvolvidos  sob  o  olhar  das


        competências socioemocionais no âmbito do Colégio Militar de Curitiba.

                 A terceira dimensão abrange o Projeto de Vida. Esse componente curricular encontra amparo na

        Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que traz em seu artigo 35-A, incluído pela Lei n.

        1.3415, de 2017, que in verbis: "os currículos do Ensino Médio deverão considerar a formação integral do

        aluno, de maneira a adotar um trabalho voltado para a construção de seu projeto de vida e para sua

        formação nos aspectos físicos, cognitivos e socioemocionais" (BRASIL, 1996, grifo nosso).

                Além disso, a competência geral, de número 6, da Base Nacional Comum Curricular traz em seu

        escopo a intenção de in verbis,


                                      Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe
                                      possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da
                                      cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. (BRASIL,
                                      2018, p.9, grifo nosso)

                  DAMON (2009, p. 53) compreende que o Projeto de Vida é uma intenção estável de se alcançar

        algo significativo para o sujeito, que vai impactar para além desse sujeito. Ainda que este construto

        possibilite a realização e a felicidade dos jovens e que estes, descomprometidos com seus futuros e sem

        projetos, possam sofrer de desmotivação e perturbações psicológicas. Portanto, o Projeto de Vida tem

        um caráter motivador e organizador para o adolescente, já que é construído por ele a partir de seus

        valores, interesses e aspirações.


                                      O projeto vital dota a pessoa de alegria nos bons momentos e de resiliência nos momentos ruins e isso permanece
                                      por toda a vida. [...] uma juventude motivada por projetos vitais não apenas evita os riscos do comportamento
                                      autodestrutivo como também demonstra uma atitude notavelmente positiva que desperta a avidez por conhecer
                                      o mundo (DAMON, 2009, p.52)
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