Page 185 - CURSO COMPLETO DE DIREITO AGRÁRIO, Silvia C. B. Opitz e Oswaldo Opitz, Ed. Saraiva, 7ª ed., 2013
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CURSO COMPLETO DE DIREITO AGRÁRIO, Silvia C. B. Opitz e Oswaldo Opitz, Ed. Saraiva, 7ª ed., 2013



         mático às  pragas, a mecanização da lavoura, o transporte da produção, o melhor
         aproveitamento das terras, o estabelecimento de engenhos mais perfeitos, o ensino
         técnico, além de outras vantagens.

         32. Assistência técnica
             A reunião em uma região de diversas granjas de arroz permite aos técnicos
         da Secretaria de Agricultura economizarem muito tempo no percurso pelas gran-
         jas, quer fiscalizando, quer instruindo. Por outro lado, torna mais fácil o estabe-
         lecimento de uma estação experimental, cujo fim será a seleção e multiplicação
         das sementes; o estudo dos solos da região e a respectiva adubação; o estudo do
         combate  às  pragas,  das  rotações  culturais,  principalmente  com leguminosas,
         enfim, tudo que se relacionar com a lavoura do arroz nessa região. Esta estação
         experimental poderá ser instalada por conta da empresa de irrigação, que seria a
         maior interessada no rendimento das lavouras, no caso de esta cobrar a água por
         porcentagem da  colheita.  Ao  dar  a  concessão,  poderia o  Governo  exigir  nas
         cláusulas do contrato a organização pela empresa de uma pequena estação expe-
         rimental,  e  não  seria demais  que  exigisse,  também,  a  assistência técnica aos
         agricultores, assim como a fiscalização do combate às pragas, uma vez que esta
         empresa tenha boa margem de lucros, como é de se esperar. Exigindo isto, esta-
         ria o Governo defendendo os interesses da própria empresa, dos rizicultores e da
         economia do Estado.
         33. Ensino técnico

             A concentração de agricultores numa região facilitaria o ensino técnico, que
         começaria já nas primeiras letras, em que os livros e exercícios devem ser escritos
         para o ambiente agrícola da região, de modo a despertar nas crianças o interesse e
         o amor pelo meio de vida dos seus habitantes, o interesse pela agricultura em geral,
         não descurando a educação cívica, moral e religiosa.
             A finalidade da escola primária seria mais de educação do que de alfabetização;
         distribuída pela região, teria a missão de despertar nos alunos o gosto pela agricul-
         tura, dando as primeiras noções técnicas sobre esse tema juntamente com a alfabe-
         tização.
             Durante o curso primário, que poderia ser de três anos, teria lugar também o
         ensino de noções de higiene, alimentação racional, do que tanto se ressente o nos-
         so agricultor, despertando por isso o interesse para a cultura de hortaliças, de fru-
         teiras e mesmo de flores.
             O ensino prático de jardinagem e cultura de flores contribuiria para tornar o
         ambiente  agrícola  mais  agradável,  assim como  o de  horticultura e  fruticultura
         contribuiria para uma alimentação mais sadia.
             A par das escolas primárias rurais, poderia a estação experimental estar orga-
         nizada para ministrar o ensino técnico propriamente dito. Constituir-se-ia de cursos
         de agricultura, criação e orizicultura, em especial, que poderiam ser dados pelos
         técnicos da estação, obedecendo a uma orientação prática. Aos  agricultores que
         quisessem seria facultado acompanhar os trabalhos da estação, comparecendo em
         cada um dos períodos da cultura do arroz, como preparo da terra, sistematização
         da lavoura, sementeira, aguação e colheita.

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