Page 51 - ASAS PARA O BRASIL
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Na mesma manhã, ele tinha comprado no famoso mercado de ladrões, duas
magníficas espadas da época imperial à vista das quais o diretor,
apoplético, pulou pela janelinha do pátio.
Nunca mais ouvimos falar dele, ele deve ter se escondido; nossos clientes
puderam ficar nos quartos e recebemos as desculpas do presidente da rede
de hotéis algumas horas depois.
Tudo isso aconteceu durante a exposição do Comércio Exterior com mais
de duzentos participantes.
No México, as aventuras seguiram seu curso tortuoso.
Uma recepção com importadores, clientes de clientes nossos para a
América Latina, ocorreu no local de uma das empresas que aproveitou da
ocasião para fazer a visita das instalações situadas numa zona industrial.
Na hora de ir embora, nossos ônibus haviam desaparecido. Uma greve
súbita, um fenômeno bastante frequente e conhecido.
O que fazer com 300 “pinguins” vestidos com trajes de domingo?
O Bernard me contou que o fato de se encontrar num estacionamento
mexicano com contêineres ao redor e 300 pessoas com roupa de gala; antes
da invenção do telefone celular, não era mole não.
Ele mandou um dos mexicanos que tinha uma moto, me avisar para que eu
encontrasse uma solução.
Quando os ônibus chegaram, duas horas mais tarde, Bernard estava em
cima de um palco improvisado, com todo o mundo sentado no chão;
quando tentei avisar que os ônibus haviam chegado, falaram para eu ficar
quieto: “deixem-no terminar o seu discurso”.