Page 53 - ASAS PARA O BRASIL
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Um diretor de um jornal importante tirou sub-repticiamente do seu
estojo um charuto enorme. Ele quase foi desembarcado porque não parecia
querer entender que não era permitido fumar a bordo. Estamos nos EUA e
não se brinca com as leis desse país.
Outra vez, a pedido de um ministério, eu fretei um avião para Budapeste.
A refeição, fígado e filé de peito de pato, tinha sido colocada para a viagem
de volta nos frigoríficos do aeroporto. Quando a quisemos recuperar, havia
desaparecido, por milagre. Tivemos que improvisar.
Nunca foram preparados tantos sanduíches numa cabine de avião em tão
pouco tempo.
O improviso tornou-se então quase uma segunda obsessão, uma segunda
natureza.
Às vezes, tínhamos que lidar com clientes de muita má fé. Durante uma
viagem bem complicada de mais de 500 cardiologistas à Islândia, em
Reikjavik, a estrutura hoteleira era suficiente, mas não a capacidade de
servir as refeições.
Tivemos que organizar um segundo serviço para os participantes nos
mesmos restaurantes.
Porém nada nos impediu admirar a beleza do país e o sabor dos salmões!
Alguns dias após o regresso, dois médicos nos enviaram uma carta
registrada pedindo uma boa indenização por danos físicos, alegando
através de atestados médicos, é claro, que tiveram que pedir licença médica
do trabalho, por mais de uma semana.
Alegavam terem sido queimados pelo vapor escaldante dos gêiseres, apesar
de ser claramente especificado, por grandes painéis em inglês, que
tomassem cuidado e não chegassem muito perto da fonte de água quente
jorram-te. Os guias, nos ônibus, também avisaram os médicos, em francês.