Page 57 - ASAS PARA O BRASIL
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CAPÍTULO V

                                                     Asas orientais


                         Meu  primeiro  contato  com  o  Oriente  e  o  orientalismo  vem  de
                  dezembro de 1969 em Bali, que ainda não era um destino procurado. Foi
                  na  inauguração  do  Hotel  Intercontinental,  na  praia  de  “Sanur”.  A
                  construção desse hotel tinha sido financiada pelas indenizações de guerra
                  dos japoneses.


                  Naquela época, essa ilha encantadora estava intacta e “real”. As balinesas,
                  com seu candor natural, livres de preconceito, nos mostravam seus seios
                  bronzeados pelo sol e os “sarongs” em “batik” multicoloridos. As crianças
                  brincavam  peladas,  gritando  nas  lagoas  e  quase  não  havia  turistas.  A
                  beleza,  a  arte  de  viver  de  seus  habitantes,  suas  danças  e  sua  gentileza,
                  fizeram  com  que  essa  ilha  virasse  um  destino  preferencial,  graças
                  principalmente aos surfistas que o tornaram conhecido. Os balineses dizem
                  que  a sua ilha é o lugar  bendito pelos deuses, aonde  todas as almas do

                  mundo vêm morrer.

                  Eu voltei lá várias vezes com as minhas esposas diferentes e uma vez com
                  a minha filha, para que conhecessem este lugar idílico e purificador.
























                  Com  o  final  da  Guerra  do  Vietnã  em  1973,  os  porta-aviões  americanos

                  começaram a fundear na enseada de Victoria em Hong Kong; tinha cada
                  vez menos americanos e cada vez mais chineses.

                  Era o fim da US NAVY em Hong Kong. Os marinheiros da 7ª frota US, tal
                  como pombos brancos vestidos com calças boca-de-sino, não segurariam
                  mais as mãos gráceis das “ladies night chinesas”, como num curioso baile
                  de algum musical ou filme um pouco surrealista.
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