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conquistas em políticas públicas para pessoas comuns, através de campanhas online, contato
        com congressistas e advocacia em causas coletivas. Em 2008, lançou um manifesto no qual

        dizia: “A informação é poder. Mas tal como acontece com todo o poder, há aqueles que
        querem guardá-lo para si”.
          Indignado  com  a  passividade  dos  acadêmicos  diante  do  controle  da  informação,  por

        grandes corporações, ele conclamava a todos para lutar juntos contra o que chamava de
        “privatização do conhecimento”. Baixou milhões de arquivos do judiciário americano, cujo

        acesso era cobrado, apesar de os documentos serem públicos. Chegou a ser investigado pelo
        FBI, mas sem consequências jurídicas. Em 2011, porém, Aaron foi alcançado.
          Em  alguns  dias,  ele  baixou  4,8  milhões  de  artigos  acadêmicos  de  um  banco  de  dados

        chamado JSTOR, cujo acesso é pago pelas universidades e instituições. Aaron usou a rede do
        conceituado MIT (Massachusetts Institute of Technology) para acessar o banco de dados,

        fazendo download de muitos documentos ao mesmo tempo, o que era — é importante
        ressaltar  —  permitido  pelo  sistema.  Não  se  sabe  o  que  ele  faria  com  os  documentos,
        possivelmente  dar-lhes  livre  acesso.  Mas,  se  era  esta  a  intenção,  Aaron  não  chegou  a

        concretizá-la. Ao ser flagrado, ele assegurou que não pretendia lucrar com o ato e devolveu
        os arquivos copiados para o JSTOR, que extinguiu a ação judicial no plano civil.

          Havia, porém, um processo penal: Aaron foi enquadrado nos crimes de fraude eletrônica
        e obtenção ilegal de informações, entre outros delitos. “Roubo é roubo, não interessa se
        você  usa  um  computador  ou  um  pé  de  cabra,  e  se  você  rouba  documentos,  dados  ou

        dólares”,  afirmou  a  procuradora  dos  Estados  Unidos  em  Massachusetts,  Carmen  Ortiz
        (United  States  Attorney).  Aaron  seria  julgado  em  abril.  E,  se  fosse  acatado  o  pedido  da

        acusação, esta seria a sua punição: 35 anos de prisão e uma multa de um milhão de dólares.
          Aaron Swartz morreu antes, aos 26 anos. E, como disse Kevin Poulsen, na revista americana
        Wired: “O mundo é roubado em meio século de todas as coisas que nós nem podemos

        imaginar que Aaron realizaria com o resto da sua vida”. Na The Economist, ele assim foi
        descrito: “Chamar Aaron Swartz de talentoso seria pouco. No que se refere à internet, ele

        era o talento”. Susan Crawford, que foi conselheira de tecnologia do governo de Barack
        Obama, afirmou, no The New York Times: “Aaron construiu coisas novas e surpreendentes,
        que  mudaram  o  fluxo  da  informação  ao  redor  do  mundo”.  E,  acrescentou:  “Ele  era  um

        prodígio complicado”.
          Li em vários artigos que Aaron seria depressivo. Em alguns textos, a suposta depressão foi
        citada como causa de sua decisão, como se a doença pudesse estar isolada — e não associada

        aos possíveis abusos cometidos contra ele no curso do processo judicial. É evidente que
        qualquer pessoa, e especialmente se ela for saudável, sofreria com a perspectiva de passar

        as próximas três décadas na cadeia — mais ainda se isso significasse um tempo superior à
        toda a sua vida até então.
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