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— Tirem suas mãos de mim! — gritou uma voz idosa no saguão. — Eu sou cego, não inválido!
          Sei andar pelo Cathedral College! — O decano Galloway continuou protestando bem alto enquanto um
          agente da CIA o conduzia com brutalidade até a sala de estar, forçando-o a se sentar em uma das
          cadeiras.
                 — Quem está aí? — quis saber Galloway, fixando os olhos vazios no espaço à sua frente. —
          Pelo  barulho,  vocês  parecem  ser  muitos.  De  quantas  pessoas  precisam  para  prender  um  velho?
          Francamente!
                 Nós somos sete — declarou Sato. — Incluindo Robert Langdon, Katherine Solomon e seu irmão
          maçom Warren Bellamy.
                 Galloway afundou os ombros e toda a sua insolência desapareceu.
                 — Nós estamos bem — disse Langdon. — E acabamos de saber que Peter está em segurança.
          Seu estado é grave, mas a polícia está cuidando dele.
                 — Graças a Deus — disse Galloway. — E a...
                 Um zumbido alto fez todos os presentes se sobressaltarem. Era o celular de Bellamy que vibrava
          sobre a mesa. O silêncio foi geral.
                 — Muito bem, Sr. Bellamy — disse Sato. — Não estrague nossa chance. O senhor sabe o que
          está em jogo.
                 Bellamy inspirou fundo, soltando o ar em seguida. Então estendeu a mão e apertou o botão do
          viva voz para atender a chamada.
                 — Aqui é Bellamy — disse ele, falando alto na direção do telefone sobre a mesa.
                 A voz que emergiu, com um chiado, do alto-falante era familiar: um sussurro rouco. Ele parecia
          estar ligando de dentro de um carro, usando o viva voz para deixar as mãos livres.
                 — Já passa da meia-noite, Sr. Bellamy. Eu estava prestes a pôr fim ao sofrimento de Peter.
                 Um silêncio aflito se fez na sala.
                 — Deixe-me falar com ele.
                 —  Impossível  —  respondeu  o  homem.  —  Estou  na  estrada.  Peter  está  amarrado  dentro  do
          porta-malas.
                 Langdon e Katherine se entreolharam e sacudiram a cabeça para os demais. Ele está blefando!
          Peter não está mais com ele!
                 Sato gesticulou para Bellamy insistir.
                 — Eu quero uma prova de que Peter está vivo — disse Bellamy. — Não vou lhe dar o resto do...
                 — Seu Venerável Mestre precisa de um médico. Não perca tempo com negociações. Me dê o
          número do prédio na Franklin Square e eu lhe entregarei Peter lá.
                 — Eu já disse, quero...
                 — Agora! — explodiu o homem. — Senão encosto o carro e Peter Solomon morre agora mesmo!
                 —  Escute  aqui  —  falou  Bellamy,  decidido.  —  Se  quiser  o  endereço  completo,  você  terá  de
          obedecer às minhas regras. Me encontre na Franklin Square.
                 Depois que me entregar Peter vivo, eu lhe direi o número do prédio.
                 — Como vou saber que as autoridades não estarão lá?
                 — Porque não posso me arriscar a trair você. A vida de Peter não é seu único trunfo. Sei o que
          está realmente em jogo hoje à noite.
                 — Se eu desconfiar — disse o homem ao telefone — que há alguma outra pessoa além de você
          na Franklin Square, não vou parar o carro e Peter Solomon desaparecerá para sempre. E é claro... essa
          vai ser a menor das suas preocupações.
                 — Irei sozinho — respondeu Bellamy. — Quando você me entregar Peter, eu lhe darei o que
          quer.
                 — No meio da praça — disse o homem. — Vou levar pelo menos 20 minutos para chegar lá.
          Sugiro que me espere o tempo que for preciso.
                 A ligação foi cortada.
                 Na mesma hora, o saguão ganhou vida. Sato começou a gritar ordens. Vários agentes de campo
          agarraram seus rádios e se encaminharam para a porta.
                 — Andem! Andem!
                 Em meio àquele caos, Langdon olhou para Bellamy em busca de algum tipo de explicação sobre
          o  que  realmente  estava  acontecendo  naquela  noite,  mas  o  Arquiteto  já  estava  sendo  conduzido  às
          pressas pela porta.
                 — Eu preciso ver meu irmão! — gritou Katherine. — Vocês têm que nos deixar ir!
                 Sato se aproximou de Katherine.
                 — Eu não tenho que fazer nada, Sra. Solomon. Está claro?
                 Katherine não arredou pé, fitando, em desespero, os olhos miúdos de Sato.
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