Page 184 - dan brown - o símbolo perdido_revisado_
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Langdon ergueu os olhos e viu as luzes giratórias do carro da firma de segurança parado numa
entrada de garagem mais à frente. O portão estava aberto, e o agente entrou correndo na propriedade
com o utilitário esportivo.
A casa era uma mansão espetacular. Todas as luzes lá dentro estavam acesas e a porta da
frente estava escancarada. Havia meia dúzia de veículos estacionados de qualquer maneira sobre o
gramado, parecendo ter chegado ali às pressas. Alguns dos carros ainda estavam ligados e com os
faróis acesos, a maioria deles apontados para a casa, mas um, virado de lado, praticamente os cegou
quando chegaram.
O agente Hartmann parou no gramado ao lado de um sedã branco com PREFERRED
SECURITY estampado em cores vivas na lataria. As luzes giratórias e os faróis altos em seus olhos
dificultavam a visão.
Katherine saltou do carro sem demora e correu em direção à casa. Langdon pendurou a bolsa
no ombro sem se dar o trabalho de fechar o zíper. Seguiu Katherine com uma corridinha pelo gramado
até a porta da frente aberta. Vozes ecoavam lá dentro. Atrás de Langdon, o utilitário esportivo emitiu um
bipe quando o agente Hartmann o trancou e saiu apressado atrás deles.
Katherine subiu aos saltos os degraus da frente, passando pela porta e desaparecendo no hall
de entrada. Langdon cruzou a soleira atrás dela e pôde ver que Katherine já estava atravessando o hall
e seguindo o corredor principal rumo ao barulho das vozes. No final do corredor, havia uma mulher
vestida com o uniforme da firma de segurança sentada de costas para eles diante de uma mesa de
jantar.
— Agente! — gritou Katherine enquanto corria. — Onde está Peter Solomon?
Langdon correu atrás dela, mas, no caminho, um movimento inesperado atraiu seu olhar. À sua
esquerda, pela janela da sala de estar, pôde ver que o portão de entrada estava se fechando. Que
estranho. E outra coisa chamou sua atenção... algo antes escondido pelo brilho das luzes giratórias e
pelos faróis que os haviam ofuscado ao chegar. Aqueles carros parados de qualquer maneira em frente
à casa não se pareciam em nada com viaturas policiais e veículos de emergência.
Um Mercedes?... Um Hummer?... Um Tesla Roadster?
Nesse instante, Langdon também percebeu que as vozes que ouvia dentro da casa nada mais
eram do que unia televisão ligada.
Girando o corpo em câmera lenta, Langdon gritou para o corredor:
— Katherine, espere!
Mas, quando ele acabou de se virar, pôde ver que Katherine Solomon não estava mais correndo.
Ela estava suspensa no ar.
CAPÍTULO 95
Katherine Solomon sabia que estava caindo... mas não conseguia entender por quê.
Estava avançando pelo corredor em direção à agente de segurança na sala de jantar quando de
repente seus pés se enroscaram em um obstáculo invisível e seu corpo se precipitara para a frente,
levantando voo.
Agora ela estava voltando à terra... no caso, o chão de madeira de lei.
Katherine desabou de barriga e o ar foi expulso com violência de seus pulmões. Acima dela, um
pesado cabideiro balançou e depois caiu, quase a atingindo. Ela ergueu a cabeça, ainda tentando
recuperar o fôlego, intrigada ao ver que a agente de segurança sentada na cadeira não tinha movido um
só músculo. E, mais estranho ainda, o cabideiro caído parecia ter um fio bem fino preso à sua base,
esticado de um lado a outro do corredor.
Por que alguém iria...?
— Katherine! — gritou Langdon e, quando ela rolou de lado para olhar em sua direção, sentiu o
sangue gelar. Robert! Atrás de você! Katherine tentou gritar, mas ainda estava ofegante. Tudo o que
pôde fazer foi olhar enquanto Langdon avançava pelo corredor em câmera lenta para ajudá-la, sem
fazer ideia de que, atrás dele, o agente Hartmann atravessava cambaleante a soleira da porta,
agarrando a própria garganta. O sangue esguichava por entre seus dedos enquanto ele tateava o cabo
de uma comprida chave de fenda que despontava de seu pescoço.
Quando o agente caiu para a frente, seu agressor ficou visível.
Meu Deus... não!