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patamar. Ao chegar lá, Katherine viu uma estreita rampa que levava a um subsolo profundo. Inspirou
para soltar um grito, mas o trapo a sufocava.
As paredes de cimento dos dois lados da rampa íngreme e apertada estavam banhadas por uma
luz azulada que parecia emanar do fundo. O ar que subia de lá era morno e pungente, carregado com
uma sinistra mistura de aromas... o cheiro forte de produtos químicos, o perfume suave de incenso, o
odor terroso de suor humano e, dominando todo o resto, uma aura de medo visceral, animal.
— A sua ciência me deixou impressionado — falou o homem quando chegaram ao final da
rampa. — Espero que a minha também a impressione.
CAPÍTULO 99
O agente de campo da CIA Turner Simkins se agachou na escuridão do parque da Franklin
Square e manteve o olhar grudado em Warren Bellamy. Ninguém havia mordido a isca, mas ainda era
cedo.
O rádio de Simkins emitiu um bipe e ele o ativou, na expectativa de que um de seus homens
tivesse visto alguma coisa. Mas era Sato. A diretora tinha novas informações.
Simkins escutou, compartilhando a preocupação dela.
— Espere um instante — falou. — Vou ver se consigo contato visual. — Ele rastejou pelos
arbustos onde estava escondido e olhou na direção pela qual havia entrado na praça. Depois de
algumas manobras, conseguiu uma boa linha de visão.
Puta merda.
Aninhado entre dois edifícios muito maiores, havia um prédio que parecia uma mesquita do
Velho Mundo. A fachada mourisca era feita de reluzentes ladrilhos de terracota dispostos em intrincados
desenhos multicoloridos. Acima de três portas imensas, duas fileiras de janelas ogivais davam a
impressão de que arqueiros árabes poderiam aparecer e disparar suas flechas caso alguém se
aproximasse sem ser convidado.
— Estou vendo — disse Simkins.
— Alguma atividade?
— Nada.
— Ótimo. Preciso que você se reposicione e fique observando esse lugar com atenção. O nome
dele é Templo de Almas, sede de uma ordem mística.
Fazia muito tempo que Simkins trabalhava na região de Washington, mas não conhecia aquele
templo nem qualquer ordem mística sediada na Franklin Square.
— Esse prédio — disse Sato — pertence a um grupo chamado Antiga Ordem Árabe dos Nobres
do Santuário Místico.
— Nunca ouvi falar.
— Acho que já ouviu, sim. É um grupo paramaçônico mais conhecido como shriners.
Simkins lançou um olhar incrédulo para o edifício ornamentado, Os shriners? Aqueles que
constroem hospitais para crianças? Não conseguia imaginar “ordem” menos ameaçadora do que uma
irmandade de filantropos que usava pequenos barretes vermelhos e marchava em desfiles pela rua.
Ainda assim, a preocupação de Sato era válida.
— Diretora, se o alvo perceber que esse prédio na verdade é a “Ordem” da Franklin Square, ele
não vai precisar do endereço. Vai simplesmente deixar o encontro para lá e seguir direto para o prédio.
— Foi exatamente o que pensei. Fique de olho na entrada.
— Sim, senhora.
— Alguma notícia do agente Hartmann em Kalorama Heights?
— Não. A senhora pediu que ele ligasse direto para seu telefone.
— Bom, ele não ligou.
Que estranho, pensou Simkins, conferindo o relógio. Já deveria ter ligado.