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À sua frente, o homem tatuado falou com calma, acariciando o queixo.
— Imagino que haja homens da CIA esperando por mim na Franklin Square.
Katherine não disse nada. Então Mal’akh pousou as imensas mãos sobre os ombros dela,
puxando-a devagar para a frente. Como o arame prendia seus braços atrás da cadeira, seus ombros
foram forçados, ardendo de dor e parecendo prestes a se deslocarem das articulações.
— Sim! — disse Katherine. — Há agentes na Franklin Square!
Ele puxou com mais força.
— Qual é o endereço escrito no cume?
A dor em seus pulsos e ombros se tornou insuportável, mas Katherine continuou calada.
— Ou você me diz agora, Katherine, ou quebro seus braços e pergunto outra vez.
— Oito! — respondeu com um arquejo de dor. — O número que falta é oito! O cume diz: “O
segredo se esconde dentro da Ordem: Eight Franklin Square.” Eu juro. Não sei mais o que dizer! O
endereço é Franklin Square, 8!
Nem assim o homem soltou seus ombros.
— Isso é tudo o que eu sei! — disse Katherine. — É esse o endereço! Me solte! Tire Robert de
dentro desse tanque!
— Eu até tiraria... — falou ele —... mas estou com um problema. Não posso ir ao número 8 da
Franklin Square sem ser pego. Me diga, o que tem nesse endereço?
— Não sei!
— E os símbolos da base da pirâmide? Na parte de baixo? Você sabe o que significam?
— Que símbolos da base? — Katherine não fazia ideia do que ele estava falando. — Não há
nada ali. É uma superfície de pedra lisa!
Aparentemente imune aos gritos de socorro abafados que vinham do tanque em forma dc
caixão, o homem tatuado caminhou tranquilamente até a bolsa de Langdon, apanhando a pirâmide de
pedra. Então voltou para junto de Katherine e a ergueu para que ela pudesse ver a base.
Quando viu os símbolos gravados, ela ficou boquiaberta.
Mas... é impossível!
FIGURA DE QUADRO COM VÁRIOS SÍMBOLOS
A base da pirâmide estava totalmente coberta por um emaranhado de inscrições. Não havia
nada aí antes! Tenho certeza! Ela não fazia ideia do que aqueles símbolos poderiam significar. Eles
pareciam abarcar todas as tradições místicas do mundo, muitas das quais ela sequer conseguia
identificar.
Caos total.
— Eu... eu não sei o que isso significa — disse ela.
— Nem eu — respondeu seu captor. — Por sorte, nós temos um especialista à nossa
disposição. — Ele relanceou os olhos para a caixa. — Que tal perguntarmos a ele? — Mal’akh levou a
pirâmide até lá.
Por um breve instante, Katherine pensou que ele fosse abrir a tampa. Em vez disso, o homem se
sentou calmamente em cima da caixa, estendeu a mão para baixo e fez deslizar um pequeno painel,
revelando uma janelinha de vidro na parte superior do tanque.
Luz!
Langdon cobriu os olhos, apertando-os ao ser atingido pelo raio de luz que vinha de cima. À
medida que sua visão se adaptava, a esperança se transformou em incompreensão. Ele estava olhando
para o que parecia uma janelinha na parte superior da caixa. Através dela, via um teto branco e uma luz
fria.
Sem aviso, o rosto tatuado surgiu acima dele, olhando para baixo.
— Onde está Katherine? — gritou Langdon. — Me tire daqui!
O homem sorriu.
— Sua amiga Katherine está aqui comigo — disse ele. — Posso poupar a vida dela. A sua
também. Mas seu tempo é curto, então sugiro que escute com atenção.
Langdon mal conseguia escutá-lo através do vidro, e o nível da água havia aumentado ainda
mais, subindo por seu peito.
— Você está ciente dos símbolos na base da pirâmide? — perguntou o homem.
— Sim! — gritou Langdon, que tinha visto as inscrições quando a pirâmide estava caída no chão
do andar de cima. — Mas nem imagino o que possam significar! Você precisa ir até o número 8 da
Franklin Square! A resposta está lá! É isso que o cume...