Page 236 - dan brown - o símbolo perdido_revisado_
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Antes que Langdon conseguisse se mexer, o homem baixou a lâmina em direção ao corpo
estendido sobre o altar.
Mal’akh havia fechado os olhos.
Tão lindo. Tão perfeito.
A antiga lâmina da faca da Akedah cintilou sob o luar ao descrever um arco acima dele. Filetes
de fumaça perfumada subiam em espiral à sua volta, preparando um caminho para sua alma, que logo
estaria liberta. O único grito de tormento e desespero de seu assassino ainda ecoava pelo espaço
sagrado quando a lâmina desceu.
Estou ungido com o sangue do sacrifício humano e com as lágrimas de meu pai.
Mal’akh se preparou para o glorioso impacto.
Seu momento de transformação havia chegado.
Incrivelmente, ele não sentiu dor.
Uma vibração estrondosa preencheu seu corpo, ensurdecedora e profunda. A sala começou a
sacudir e uma forte luz branca vinda das alturas o cegou. O céu rugiu.
E Mal’akh soube que havia acontecido.
Exatamente como ele planejara.
Langdon não se lembrava de estar correndo rumo ao altar quando o helicóptero surgiu lá em
cima. Tampouco de ter pulado com os braços estendidos... lançando-se em direção ao homem de
túnica preta... numa tentativa desesperada de derrubá-lo antes que pudesse desferir outro golpe com a
faca.
Seus corpos colidiram e Langdon viu uma luz brilhante descer pela claraboia, iluminando o altar.
Esperava ver o corpo ensanguentado de Peter Solomon sobre a pedra, mas o peito nu resplandecente
não exibia sangue nenhum... apenas uma tapeçaria de tatuagens. A faca jazia quebrada a seu lado,
depois de ter sido aparentemente cravada na pedra em vez de em carne humana.
Quando os dois desabaram no chão duro, Langdon viu o coto enfaixado na ponta do braço
direito do homem de preto e percebeu, para seu espanto, que acabara de derrubar Peter Solomon.
Enquanto deslizavam juntos pelo piso de pedra, as luzes do helicóptero vieram descendo,
ofuscantes. A aeronave voava baixo, seus patins de aterrissagem quase tocando a grande superfície de
vidro da claraboia.
Na frente do helicóptero, uma arma estranha girou, mirando para baixo através do vidro. O facho
vermelho da mira a laser varou a claraboia e se agitou, indo na direção de Langdon e Solomon.
Não!
Mas não se ouviu nenhum disparo... apenas o barulho das hélices.
Langdon não sentiu nada, exceto uma sinistra vibração de energia que percorreu todas as suas
células. Atrás de sua cabeça, sobre a cadeira de couro de porco, o laptop emitiu um chiado estranho.
Ele se virou a tempo de ver a tela ficar preta de repente. Infelizmente, a última mensagem visível tinha
sido clara.
ENVIANDO MENSAGEM: 100%
Suba! Mas que droga! Para cima!
O piloto do UH-60 colocou os rotores no máximo para evitar tocar na claraboia. Sabia que as
quase três toneladas de empuxo geradas pelos rotores Já estavam forçando o vidro para baixo quase a
ponto de quebrá-lo. Infelizmente, a inclinação da pirâmide sob o helicóptero estava desviando o empuxo
impedindo-o de subir.
Para cima! Agora!
O piloto inclinou o nariz da aeronave para tentar se afastar dali, mas o patim de aterrissagem
esquerdo tocou o centro do vidro. Foi só por um instante, mas bastou.
A imensa claraboia da Sala do Templo explodiu em um turbilhão de vidro e vento... fazendo uma
enxurrada de cacos afiados mergulhar na sala abaixo.
Estrelas caindo do céu.
Mal’akh ergueu os olhos para a bela luz branca e se deparou com um véu de joias cintilantes
esvoaçando em sua direção... cada vez mais depressa... como se corressem para envolvê-lo com seu
esplendor.
De repente, a dor.
Por toda parte.
Aguda. Lancinante. Cortante. Facas afiadíssimas penetrando na carne tenra. Peito, pescoço,
coxas, rosto. Seu corpo se contraiu todo de uma vez, encolhendo-se. Sua boca cheia de sangue gritou