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A resposta tranquila de Peter calou fundo em Katherine, fazendo com que lembrasse todos os
          motivos pelos quais amava o irmão. Ela acariciou sua cabeça, sentindo os laços inquebrantáveis da
          família... o sangue em comum que corria por suas veias.
                 Tragicamente, ela sabia que havia um terceiro Solomon ali naquela noite.
                     O cadáver sobre o altar atraiu seu olhar, e Katherine sentiu um calafrio, tentando não pensar nas
          fotos que tinha visto.
                 Ao  desviar  os  olhos,  se  deparou  com  Robert  Langdon.  Havia  compaixão  em  seu  rosto,  uma
          compaixão profunda e compreensiva, como se Langdon de certa forma soubesse exatamente o que se
          passava na mente dela. Peter sabe. Emoções intensas tomaram conta de Katherine — alívio, empatia,
          desespero. Ela sentiu o corpo do jrmão começar a tremer como o de uma criança. Aquilo era algo que
          nunca tinha visto na vida.
                 — Está tudo bem — sussurrou ela. — Vai passar.
                 Os tremores de Peter aumentaram.
                 Ela tornou a abraçá-lo, acariciando-lhe a nuca.
                 — Peter, você sempre foi o mais forte... sempre me amparou. Mas hoje sou eu que estou aqui
          para você. Está tudo bem. Eu estou aqui.
                 Katherine  pousou  com  delicadeza  a  cabeça  do  irmão  sobre  seu  ombro...  e  o  grande  Peter
          Solomon desabou em seus braços aos soluços.
                 A diretora Sato se afastou para atender um telefonema.
                 Era Nola Kaye. Suas notícias, pelo menos desta vez, eram boas.
                 — Ainda nenhum sinal de distribuição, senhora. — Ela parecia esperançosa. — Tenho certeza
          de  que  a  essa  altura  já  teríamos  visto  alguma  coisa.  Parece  que  vocês  conseguiram  conter  a
          mensagem.
                 Graças a você, Nola, pensou Sato, olhando para o laptop que, segundo Langdon, havia enviado
          a mensagem. Foi por muito pouco.
                 Seguindo uma sugestão de Nola, o agente que revistava a mansão tinha verificado as latas de
          lixo e encontrado a embalagem de um modem de celular recém-comprado. De posse do número exato
          do  modelo,  Nola  conseguira  cruzá-lo  com  as  empresas,  larguras  de  banda  e  redes  de  serviço
          compatíveis, isolando assim o ponto de acesso mais provável do laptop — um pequeno transmissor na
          esquina das ruas 16 e Corcoran —, a três quarteirões do Templo.
                 Nola rapidamente transmitira a informação para Sato no helicóptero. No trajeto até a Casa do
          Templo, o piloto havia sobrevoado o ponto de acesso em baixa altitude e disparado sobre ele um pulso
          de  radiação  eletromagnética,  desabilitando-o  segundos  antes  de  o  laptop  concluir  a transferência  do
          arquivo.
                 — Ótimo trabalho hoje à noite — disse Sato. — Agora vá dormir um pouco. Você merece.
                 — Obrigada, senhora. — Nola hesitou.
                 — Algo mais?
                 Nola passou vários segundos em silêncio, aparentemente pensando se deveria ou não falar.
                 — Nada que não possa esperar até amanhã de manhã, senhora. Tenha uma boa noite.





          CAPÍTULO 125

                 No silêncio de um banheiro luxuoso no térreo da Casa do Templo, Robert Langdon encheu uma
          pia com água morna e se olhou no espelho. Mesmo sob aquela luz tênue, sua aparência condizia com a
          maneira como se sentia... exausto.
                 Tinha  novamente  a  bolsa  de  viagem  sobre  o  ombro,  agora  muito  mais  leve,  pois  continha
          apenas seus pertences e algumas anotações amassadas. Não pôde conter uma risadinha. Sua visita a
          Washington naquela noite para dar uma palestra havia se revelado um pouco mais cansativa do que ele
          imaginara.
                 Ainda assim, Langdon tinha muitos motivos para se sentir grato.
                 Peter está vivo.
                 E o vídeo não foi enviado.
                 Enquanto lavava o rosto com água morna usando as mãos em concha, Langdon sentiu que ia
          aos poucos voltando à vida. Tudo ainda estava embaçado, mas a adrenalina em seu corpo finalmente
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