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Naquela noite, porém, os mistérios da irmandade tinham se materializado bem na sua frente.
          Langdon se sentou diante do Venerável Mestre e da Pirâmide Maçônica.
                 Peter estava sorrindo.
                 — A “palavra” à qual você se refere, Robert, não é uma lenda. É uma realidade.
                 Langdon o encarou do outro lado da mesa. Depois de algum tempo, falou:
                 — Mas... não estou entendendo. Como é possível?
                 — O que é tão difícil de aceitar?
                 Tudo!, quis dizer Langdon, vasculhando os olhos do velho amigo em busca de qualquer vestígio
          de bom senso.
                 — Você está dizendo que acredita que a Palavra Perdida é real... e que tem poder de verdade?
                 —  Um  poder  enorme  —  disse  Peter.  —  Ela  tem  o  poder  de  transformar  a  humanidade  ao
          desvendar os Antigos Mistérios.
                 —  Uma  palavra?  —  retrucou  Langdon.  —  Peter,  desculpe,  não  posso  acreditar  que  uma
          palavra...
                 — Você vai acreditar — afirmou Peter com calma.
                 Langdon ficou olhando para ele em silêncio.
                 — Como você sabe — prosseguiu Solomon, agora em pé e andando em volta da mesa —, há
          muito  tempo  foi  profetizado  que  chegará  um  dia  em  que  a  Palavra  Perdida  será  redescoberta  e
          desenterrada... então a humanidade mais uma vez terá acesso a seu poder esquecido.
                 Langdon  teve  um  lampejo  da  palestra  de  Peter  sobre  o  Apocalipse.  Embora  muitas  pessoas
          interpretassem equivocadamente apocalipse como o cataclísmico fim do mundo, a palavra na verdade
          significava “revelação”:.. o “desvelamento”, como os antigos prediziam, de um grande saber. A futura
          era  da  iluminação.  Ainda  assim,  Langdon  não  conseguia  imaginar  uma  mudança  tão  grande  sendo
          iniciada por... uma palavra.
                 Peter indicou a pirâmide de pedra sobre a mesa, ao lado de seu cume de ouro.
                 — A Pirâmide Maçônica — disse ele. — O symbolon lendário. Hoje à noite, ela está unificada... e
          completa. — Com reverência, ele ergueu o cume de ouro e o pousou sobre a pirâmide. A pesada peça
          se encaixou com um leve dique. — Esta noite, meu amigo, você fez o que nunca tinha sido feito antes.
          Unificou a Pirâmide Maçônica, decifrou todos os seus códigos e, no final, desvendou... isto aqui.
                 Solomon sacou um pedaço de papel, colocando-o sobre a mesa. Langdon reconheceu a grade
          de símbolos reorganizada por meio do Quadrado de Franklin de Ordem Oito. Ele havia passado algum
          tempo a estudá-la na Sala do Templo.
                 — Estou curioso para saber se você consegue ler este conjunto de símbolos — disse Peter. —
          Afinal de contas, o especialista é você.
                 Langdon fitou a grade.
                 Heredom, circumponto, pirâmide, escadaria...
                 Ele deu um suspiro.
                 —  Bem,  Peter,  como  você  provavelmente  pode  ver,  isto  aqui  é  um  pictograma  alegórico.
          Obviamente a linguagem não é literal, mas sim metafórica e simbólica.
                 Solomon deu uma risadinha.
                 — É nisso que dá fazer uma pergunta simples a um simbologista... Tudo bem, diga-me o que
          está vendo.
                 Peter quer mesmo ouvir isso? Langdon puxou o papel mais para perto.
                 — Bem, eu dei uma olhada nestes símbolos  mais cedo e, em termos simples, vejo que esta
          grade é uma imagem... que retrata o céu e a Terra.
                 Peter arqueou as sobrancelhas com ar de surpresa.
                 — Ah,é?
                 — Claro. No alto da imagem temos a palavra Heredom, a “Casa Sagrada”, que eu interpreto
          como a Casa de Deus... ou o céu.
                 — Certo.
                 — A flecha apontando para baixo depois de Heredom significa que o resto do pictograma está
          situado  claramente  no  reino  abaixo  do  céu...  ou  seja...  na  Terra.  —  Os  olhos  de  Langdon  então  se
          dirigiram  para  a  base  da  grade.  —  As  duas  últimas  fileiras,  as  que  estão  abaixo  da  pirâmide,
          correspondem  à  terra  firma.  Esses  remos  inferiores  contêm  os  12  signos  astrológicos  antigos,  que
          representam a religião primordial das primeiras almas humanas a olhar para o céu e enxergar a mão de
          Deus no movimento das estrelas e dos planetas.
                 Solomon aproximou a cadeira e estudou a grade.
                 — Tudo bem, o que mais?
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