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se  dissipava..,  fazendo-o  se  sentir  ele  mesmo  novamente.  Depois  de  secar  as  mãos,  conferiu  seu
          relógio do Mickey Mouse.
                 Meu Deus, como é tarde.
                 Langdon saiu do banheiro e seguiu andando rente à parede sinuosa do Salão de Honra — um
          corredor graciosamente arqueado, coberto por retratos de maçons famosos... presidentes, filantropos e
          celebridades norte-americanas, além de outros personagens influentes do país. Deteve-se diante de um
          óleo de Harry S. Truman e tentou imaginar aquele homem passando pelos rituais, cerimônias e estudos
          necessários para se tornar maçom.
                 Existe um mundo escondido por trás do que todos nós vemos.
                 — Você saiu de fininho — disse uma voz no final do corredor.
                 Langdon se virou.
                 Era Katherine. Ela havia comido o pão que o diabo amassou naquela noite, mas, apesar disso,
          parecia subitamente radiante... rejuvenescida, de alguma forma.
                 Langdon abriu um sorriso cansado.
                 — Como ele está?
                 Katherine se aproximou e deu-lhe um abraço apertado.
                 — Como algum dia vou conseguir agradecer?
                 Ele riu.
                 — Você sabe que eu não fiz nada, não sabe?
                 Katherine continuou abraçando-o por um bom tempo.
                 — Peter vai ficar bem... — Ela o soltou, encarando-o fixamente. — E ele acabou de me dizer
          uma coisa incrível... uma coisa maravilhosa. — A voz dela tremia de tanta expectativa. — Preciso ver
          com meus próprios olhos. Volto daqui a pouquinho.
                 — O quê? Aonde você vai?
                 — Não vou demorar. Agora Peter quer falar com você... a sós. Ele está esperando na biblioteca.
                 — Ele disse o motivo?
                 Katherine deu uma risadinha e fez que não com a cabeça.
                 — Você conhece Peter e os segredos dele.
                 — Mas...
                 — Nos vemos daqui a pouco.
                 Então ela se foi.
                 Langdon  suspirou.  Achava  que  bastava  de  segredos  por  uma  noite.  Havia  perguntas  não
          respondidas, é claro — sobre a Pirâmide Maçônica e a Palavra Perdida, inclusive —, mas ele sentia que
          as respostas, caso existissem, não eram para ele. Afinal, não sou maçom.
                 Reunindo  o  que  lhe  restava  de  energia,  seguiu  até  a  biblioteca  maçônica.  Encontrou  Peter
          sozinho, sentado a uma mesa, com a pirâmide de pedra à sua frente.
                 — Robert? — Peter sorriu e acenou para que ele entrasse. — Eu queria dar uma palavra com
          você.
                 Langdon arrumou um jeito de sorrir.
                 — É, fiquei sabendo que você perdeu uma.




          CAPÍTULO 126

                 A biblioteca da Casa do Templo era a sala de leitura pública mais antiga de Washington. Suas
          elegantes  prateleiras  transbordavam  com  mais  de  250  mil  volumes,  incluindo  um  exemplar  raro  do
          Ahiman Rezon — Segredos de um Irmão Preparado. Além disso, guardava preciosas joias e artefatos
          ritualísticos  maçônicos,  e  até  mesmo  um  volume  raro  impresso  manualmente  pelo  próprio  Benjamin
          Franklin.
                 Mas  o  tesouro  preferido  de  Langdon  naquela  biblioteca  passava  despercebido  à  maioria  das
          pessoas. A ilusão.
                 Peter Solomon lhe mostrara tempos atrás que, vistas da perspectiva certa, a mesa de leitura e a
          luminária dourada da biblioteca criavam uma inconfundível ilusão de ótica... a de uma pirâmide com um
          cume  de  ouro  brilhante.  Solomon  dizia  que  sempre  havia  considerado  aquela  ilusão  um  lembrete
          silencioso  de  que  os  mistérios  da  Francomaçonaria  eram  perfeitamente  visíveis  a  qualquer  um  e  a
          todos, se observados do ângulo correto.
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