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— O senhor quer que eu acredite que nunca lhe passou pela cabeça que o portal escondido que
o sequestrador de Peter Solomon lhe disse para achar fosse a pirâmide Maçônica dessa lenda?
— Pouco importa. A pirâmide Maçônica é um conto de fadas. É pura fantasia.
Sato então chegou mais perto de Langdon e ele pôde sentir seu hálito de cigarro.
— Entendo sua posição quanto a isso, professora mas, no que diz respeito à minha
investigação, é difícil ignorar esse paralelo. Um portal que conduz a um saber secreto... Isso está me
parecendo muito com o que o captor de Peter Solomon diz que só o senhor pode destrancar.
— Bom, eu não posso acreditar que...
— O que o senhor acredita não interessa. Qualquer que seja a sua crença, o senhor precisa
admitir que esse homem talvez acredite que a Pirâmide Maçônica é real.
— Esse homem é louco! Ele pode muito bem acreditar que a SBB13 é a entrada para uma
pirâmide subterrânea gigante que contém todo o saber perdido dos antigos!
Sato permaneceu totalmente imóvel, com os olhos em brasa.
— A crise que estou enfrentando hoje não é um conto de fadas, professor. Ela é bem real, eu lhe
garanto.
Um silêncio frio pairou entre eles.
— Senhora? — disse Anderson por fim, gesticulando na direção de outra porta de segurança a
três metros de onde estavam. — Estamos quase chegando, se os senhores quiserem prosseguir.
Sato finalmente parou de encarar Langdon e acenou para Anderson seguir em frente.
Eles avançaram, adentrando uma passagem estreita. Langdon olhou para a esquerda depois
para a direita. Vocês só podem estar brincando.
Ele estava diante do corredor mais comprido que já vira em toda a sua vida.
CAPÍTULO 31
Trish Dunne sentiu a habitual onda de adrenalina ao deixar para trás as luzes fortes do Cubo e
entrar na escuridão impenetrável do vazio. A segurança da entrada principal do CAMS havia acabado
de ligar dizendo que o convidado de Katherine, Dr. Christopher Abaddon, tinha chegado e precisava de
alguém para acompanhá-lo até o Galpão 5. Trish se oferecera, sobretudo por curiosidade. Katherine
havia falado muito pouco sobre o visitante, de modo que ela estava intrigada. Aparentemente, tratava-
se de uma pessoa em quem Peter Solomon tinha muita confiança; os Solomon nunca tinham levado
ninguém para conhecer o Cubo. Era a primeira vez.
Espero que ele não tenha problemas com a travessia, pensou Trish enquanto avançava pela
escuridão gelada. A última coisa de que precisava era que o convidado VIP de Katherine entrasse em
pânico ao perceber o que tinha de fazer para chegar ao laboratório. A primeira vez é sempre a pior.
A primeira vez de Trish tinha sido mais ou menos um ano antes. Ela havia aceitado a oferta de
emprego de Katherine, assinado um contrato de confidencialidade e depois a acompanhado até o
CAMS para visitar o laboratório. As duas mulheres tinham percorrido toda a extensão da “Rua” até
chegar a uma porta onde se lia GALPÃO 5. Embora Katherine tivesse tentado prepará-la descrevendo
como o laboratório era isolado, Trish não estava pronta para o que viu quando a porta se abriu com um
sibilo.
O vazio.
Katherine atravessou a soleira, caminhou alguns metros para dentro daquele denso negrume e,
em seguida, acenou para Trish segui-la.
— Confie em mim. Você não vai se perder.
Trish se imaginou vagando por um recinto escuro feito breu do tamanho de um estádio e
começou a suar frio só de pensar.
— Temos um sistema de direcionamento para manter você no caminho certo.
— Katherine apontou para o chão. — É baixa tecnologia — brincou.
Trish apertou os olhos e voltou-os para o piso grosseiro de cimento. Levou alguns instantes até
conseguir enxergar na escuridão: uma faixa de carpete longa e estreita havia sido instalada em linha
reta. Ela se estendia qual uma estrada e desaparecia no breu.
— Use os pés para ver — disse Katherine, virando-se e se afastando. — Basta vir logo atrás de
mim.
Enquanto Katherine desaparecia na escuridão, Trish engoliu o medo e a acompanhou. Que
loucura! Depois de dar apenas uns poucos passos pelo carpete, a porta do Galpão 5 se fechou atrás
dela, apagando o último vestígio de luz. Com a pulsação disparada, Trish passou a se concentrar
apenas na sensação do carpete sob seus pés. Havia avançado somente alguns passos pelo caminho