Page 81 - dan brown - o símbolo perdido_revisado_
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— Parece mesmo abandonado — comentou Anderson, apontando a lanterna para a sala logo à
          sua  frente.  A  pesada  porta  de  madeira  estava  escancarada.  O  facho  de  luz  iluminou  um  estreito
          cubículo de pedra — cerca de 3 metros de largura por 10 de comprimento — parecendo um beco sem
          saída. O cubículo não continha nada além de um par de caixas de madeira quebradas e um pouco de
          papel de embrulho amassado.
                 Anderson iluminou uma placa de cobre afixada à porta. A placa estava verde de tão oxidada,
          mas a antiga inscrição ainda era legível:

                 SBB IV

                 — SBB4 — disse Anderson.
                 — Qual é a SBB13? — perguntou Sato, o ar frio do subsolo fazendo tênues espirais de vapor
          saírem de sua boca.
                 Anderson virou o facho para o lado sul do corredor.
                 — Por ali.
                 Langdon  espreitou  o  corredor  estreito  e  teve  um  calafrio,  sentindo que  transpirava  apesar  da
          baixa temperatura ali.
                 À medida que avançavam por entre a falange de portais, todos os cubículos pareciam iguais,
          com suas portas entreabertas, aparentemente abandonados havia tempos. Quando chegaram ao final
          do corredor, Anderson se virou para a direita, erguendo o facho da lanterna para iluminar o interior da
          sala SBB13. A luz, no entanto, foi detida por uma pesada porta de madeira.
                 Ao contrário das outras, a porta da SBB13 estava fechada.
                 A porta era idêntica às outras — dobradiças grossas, maçaneta de ferro e uma placa de cobre
          com o número incrustado de verde. Os sete caracteres na placa eram os mesmos gravados na palma
          de Peter lá em cima.

                 SBB XIII

                 Por favor, me diga que esta porta está trancada, pensou Langdon.
                 Sato falou sem titubear.
                 — Tente abrir.
                 O  chefe  de  polícia  pareceu  hesitar,  mas  estendeu  a  mão,  segurando  a  pesada  maçaneta  de
          ferro e pressionando-a para baixo. A maçaneta não se moveu. Ele então a iluminou com a lanterna,
          revelando um espelho de fechadura maciço de aspecto antiquado.
                 — Experimente a chave mestra — disse Sato.
                 Anderson sacou a chave da porta de entrada do andar de cima, mas esta nem sequer entrou na
          fechadura.
                 — Estou enganada — disse Sato em tom de sarcasmo — ou a segurança deveria ter acesso a
          todos os cantos de um prédio em caso de emergência?
                 Anderson soltou o ar com força e olhou para Sato.
                 — Senhora, os meus homens estão procurando uma segunda chave, mas...
                 —  Atire  na  fechadura  —  disse  ela,  meneando  a  cabeça  em  direção  ao  espelho  abaixo  da
          maçaneta.
                 A pulsação de Langdon disparou.
                 Anderson pigarreou, visivelmente desconfortável.
                 —  Diretora,  estou  aguardando  notícias  de  uma  segunda  chave.  Não  sei  bem  se  me  sinto  à
          vontade entrando à força em...
                 — Talvez o senhor se sinta mais à vontade sendo preso por obstruir uma investigação da CIA.
                 A expressão de Anderson era de pura incredulidade. Depois de uma longa pausa, ele entregou a
          lanterna para Sato com relutância e abriu o fecho do seu coldre.
                 — Espere! — disse Langdon, incapaz de assistir àquilo impassível. — Pense um pouco. Peter
          preferiu perder a mão direita a revelar o que pode estar escondido atrás desta porta. A senhora tem
          certeza  de  que  devemos  fazer  isso?  Destrancar  esta  porta  equivale  basicamente  a  cumprir  as
          exigências de um terrorista.
                 — O senhor quer tornar a ver Peter Solomon? — perguntou Sato.
                 — Claro que sim, mas...
                 — Então sugiro que faça exatamente o que o sequestrador dele está pedindo.
                 — Destrancar um antigo portal? A senhora acha que isto aqui é o portal?
                 Sato mirou a lanterna bem na cara de Langdon.
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