Page 82 - dan brown - o símbolo perdido_revisado_
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— Professor, eu não faço a menor ideia do que é esta sala. Seja ela uma unidade de
armazenamento ou a entrada secreta de uma antiga pirâmide, eu pretendo abri-la. Estou sendo clara?
Langdon apertou os olhos por causa da luz forte e finalmente aquiesceu.
Sato baixou a lanterna e a apontou de volta para o espelho arcaico da fechadura.
— Chefe? Pode atirar.
Ainda parecendo avesso àquele plano, Anderson sacou a arma muito, muito devagar, baixando
os olhos para ela com um ar de incerteza.
— Ah, pelo amor de Deus! — Sato lançou as mãos miúdas para a frente e lhe tomou a arma. Em
seguida, enfiou a lanterna na mão agora vazia de Anderson. — Segure a porcaria da lanterna. — Ela
empunhou a pistola com a segurança de alguém treinado no manejo de armas e não perdeu tempo em
desarmar a trava de segurança, armar o gatilho e mirar na fechadura.
— Espere! — gritou Langdon, mas era tarde demais.
A pistola rugiu três vezes.
Os tímpanos de Langdon pareciam ter explodido. Essa mulher está louca! Os tiros dentro
daquele espaço diminuto haviam sido ensurdecedores.
Anderson também parecia abalado, e sua mão oscilava um pouco quando ele apontou a
lanterna para a porta crivada de balas.
O mecanismo da fechadura estava agora em frangalhos, a madeira à sua volta totalmente
pulverizada. A tranca havia cedido e a porta jazia entreaberta.
Sato estendeu a pistola e pressionou a ponta do cano contra a madeira, dando um empurrão. A
porta se abriu por completo para a escuridão do interior.
Langdon olhou lá para dentro, mas não conseguiu enxergar nada no escuro. Que raio de cheiro
é esse? Um odor estranho, fétido emanava das trevas.
Anderson atravessou a soleira e apontou a lanterna para baixo, percorrendo com cuidado toda a
extensão do chão árido de terra batida. Aquela sala era igual às outras: um espaço comprido e estreito.
As paredes eram feitas de pedra bruta, o que dava ao lugar a atmosfera de uma masmorra antiga. Mas
esse cheiro...
— Não tem nada aqui — disse Anderson, movendo o facho mais para o fundo pelo chão do
cubículo. Quando a luz finalmente atravessou todo o recinto, ele a ergueu para iluminar a parede de
trás.
— Meu Deus...! — gritou Anderson.
Todos viram e deram um pulo para trás.
Langdon ficou olhando, incrédulo, para o canto mais afastado do cubículo.
Para seu horror, algo o encarava de volta.
CAPÍTULO 36
— Deus do Céu, mas o que...? — No limiar da SBB13, Anderson quase deixou a lanterna cair e
deu um passo para trás.
Langdon também recuou, assim como Sato, que parecia espantada pela primeira vez naquela
noite.
Sato mirou a pistola para a parede do fundo e fez sinal para Anderson tornar a iluminar aquele
pedaço. O chefe de polícia ergueu a lanterna. Ao alcançar a parede distante, o facho já estava tênue,
mas foi suficiente para iluminar o formato de um rosto pálido e espectral que os fitava através de órbitas
vazias.
Uma caveira humana.
A caveira estava em cima de uma mesinha de madeira bamba encostada na parede do fundo do
cubículo. Dois ossos de uma perna humana estavam dispostos ao lado do crânio, junto com uma
coleção de outros objetos meticulosamente arrumados sobre a mesa como se esta fosse um altar: uma
ampulheta, um frasco de cristal, uma vela, dois pratinhos contendo um pó claro e uma folha de papel.
Contra a parede ao lado da mesa desenhava-se a forma assustadora de uma foice comprida, cuja
lâmina curva era tão conhecida quanto a do ceifeiro da morte.
Sato entrou na sala.
— Ora, vejam só... parece que Peter Solomon guarda mais segredos do que eu imaginava.
Anderson assentiu, avançando devagar atrás dela.
— Isso é o que eu chamo de esqueleto no armário. — Ele ergueu a lanterna e examinou o resto
do cubículo vazio. — E este cheiro? — acrescentou, franzindo o nariz. — O que é?