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Àquela  altura,  o  coração  de  Langdon  batia  descompassado.  Ele  ergueu  a  mão  e  segurou  a
          ponta  da  lona,  puxando  o  tecido  devagar  para  um  dos  lados.  Sem  conseguir  acreditar,  encarou
          fixamente o que estava escondido atrás dela. Meu Deus.
                 Assombrados, Sato e Anderson nem se mexiam ao olhar para a abertura na parede do fundo.
                 Por fim, Sato falou:
                 — Parece que acabamos de encontrar nossa pirâmide.


          CAPÍTULO 39

                 Robert Langdon não conseguia tirar os olhos da abertura na parede do fundo da sala. Atrás da
          lona,  fora  aberto  um  buraco  na  forma  de  um  quadrado  perfeito.  Essa  abertura,  com  cerca  de  70
          centímetros de altura, parecia ter sido feita removendo uma série de tijolos. Por alguns instantes, no
          escuro, Langdon pensou que o buraco fosse uma janela para outra sala.
                 Agora via que não.
                 A  abertura  se  estendia  apenas  alguns  centímetros  para  dentro  da  parede.  Como  um  oratório
          grosseiro, aquele compartimento fez Langdon pensar no nicho de um museu destinado a exibir alguma
          estatueta. De modo apropriado, havia um pequeno objeto exposto ali.
                 Com quase 25 centímetros de altura, era um pedaço de granito maciço esculpido. A superfície
          era elegante e lisa, com quatro laterais polidas que reluziam à luz da vela.
                 Langdon não podia imaginar o que aquilo estava fazendo ali. Uma pirâmide de pedra?
                 — Pela sua cara de surpresa — comentou Sato com ar vitorioso —, imagino que esse objeto
          não seja típico de uma Câmara de Reflexões.
                 Langdon fez que não com a cabeça.
                 — Então talvez o senhor queira reavaliar o que disse sobre a lenda de uma Pirâmide Maçônica
          escondida em Washington. — Seu tom agora beirava a arrogância.
                 —  Senhora  —  retrucou  Langdon  sem  demora  —,  esta  pequena  pirâmide  não  é  a  Pirâmide
          Maçônica.
                 — Então é só coincidência termos encontrado uma pirâmide escondida no coração do Capitólio
          dentro de uma sala pertencente a um líder maçom?
                 Langdon esfregou os olhos e tentou clarear os pensamentos.
                 — Minha senhora, esta pirâmide não se parece em nada com o mito. A Pirâmide Maçônica é
          descrita como algo imenso, com um cume de ouro maciço.
                 Além disso, Langdon sabia que aquela pequena pirâmide — cujo topo era achatado — não era
          sequer uma pirâmide de verdade. Sem a ponta, aquilo era um símbolo totalmente diferente. Conhecido
          como Pirâmide Inacabada, era um lembrete de que a ascensão do homem ao seu potencial máximo era
          uma obra em progresso. Embora poucos se dessem conta, aquele era o símbolo mais divulgado do
          mundo. Mais de 20 bilhões em circulação. Estampada em cada nota de um dólar, a Pirâmide Inacabada
          esperava com paciência pela pedra reluzente que a completaria — e que pairava acima dela como uma
          recordação do destino ainda não cumprido dos Estados Unidos e do trabalho a ser feito, tanto pelo país
          quanto por seus cidadãos.
                 — Tire-a daí — disse Sato para Anderson, indicando a pirâmide. — Quero ver mais de perto. —
          Ela começou a abrir espaço em cima da mesa, empurrando a caveira e os ossos cruzados para o lado
          sem um pingo de respeito.
                 Langdon  estava  começando  a  se  sentir  parte  de  um  bando  de  reles  ladrões  de  tumbas
          profanando um santuário particular.
                 Anderson  contornou  Langdon,  estendendo  os  braços  para  dentro  do  nicho  e  segurando  a
          pirâmide com as duas mãos enormes. Então, quase sem conseguir erguê-la naquele ângulo esquisito,
          deslizou a pirâmide na sua direção e arriou-a sobre a mesa de madeira, produzindo um baque seco. Em
          seguida, recuou alguns passos para dar espaço a Sato.
                 A diretora aproximou a vela da pirâmide e estudou sua superfície polida. Vagarosamente, alisou-
          a  com  seus  pequenos  dedos,  examinando  cada  centímetro  do  topo  achatado  e  depois  as  laterais.
          Envolveu-a com as mãos para tatear a parte traseira e então franziu as sobrancelhas, aparentemente
          decepcionada.
                 —  Professor,  o  senhor  disse  que  a  Pirâmide  Maçônica  tinha  sido  construída  para  proteger
          informações secretas.
                 — Sim, essa é a lenda.
                 — Então, hipoteticamente falando, se o sequestrador de Peter acreditasse que esta aqui é a
          Pirâmide Maçônica, acreditaria que ela contém informações poderosas.
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