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Langdon concordou, irritado.
— Sim, mas mesmo que ele encontrasse essas informações, é provável que não fosse capaz de
lê-las. Segundo a lenda, o conteúdo da pirâmide está em código, o que o torna indecifrável... a não ser
para os merecedores.
— O que foi que o senhor disse?
Apesar da impaciência crescente, Langdon respondeu em tom neutro.
— Os tesouros mitológicos são sempre protegidos por testes de merecimento. Na lenda da
Espada na Pedra, como a senhora deve se lembrar, a pedra se recusa a entregar Excalibur a não ser
para Arthur, que estava espiritualmente preparado para manejar o espantoso poder que ela possuía. A
Pirâmide Maçônica tem por base a mesma ideia. No caso dela, o tesouro são as informações que
estariam escritas em linguagem cifrada, uma língua mística de palavras perdi- das, legível apenas por
quem for merecedor.
Um débil sorriso atravessou os lábios de Sato.
— Isso talvez explique por que o senhor foi convocado a vir até aqui hoje.
— Como é que é?
Com calma, Sato virou a pirâmide sem tirá-la do lugar, girando-a 180 graus. O quarto lado da
pirâmide foi então iluminado pela vela.
Robert Langdon encarou aquilo, surpreso.
— Está parecendo — disse Sato — que alguém considera o senhor merecedor.
CAPÍTULO 40
Por que Trish está demorando tanto?
Katherine Solomon tornou a conferir o relógio. Havia se esquecido de avisar ao Dr. Abaddon
sobre o bizarro trajeto até o seu laboratório, mas não podia imaginar que a escuridão os tivesse
atrasado de tal forma. Eles já deveriam ter chegado.
Katherine foi até a saída e abriu a porta revestida de chumbo, olhando para o vazio. Passou
alguns instantes escutando, mas não ouviu nada.
— Trish? — chamou, e sua voz foi engolida pela escuridão.
Silêncio.
Intrigada, ela fechou a porta, sacou o celular e ligou para a recepção.
— Aqui é Katherine. Trish está por aí?
— Não, senhora — respondeu o vigia da entrada. — Faz uns 10 minutos que ela e o seu
convidado foram para aí.
— É mesmo? Acho que eles ainda nem entraram no Galpão 5.
— Espere um instante. Vou verificar. — Katherine pôde ouvir os dedos do vigia digitando no
teclado do computador. — Tem razão. Segundo os registros do cartão de acesso da Sra. Dunne, ela
ainda não abriu a porta do Galpão 5. Sua última ocorrência de acesso tem uns oito minutos... e foi no
Galpão 3. Imagino que ela esteja aproveitando para fazer um pequeno tour com o convidado.
Katherine franziu a testa. Parece que sim. Aquilo era um pouco estranho, mas pelo menos ela
sabia que Trish não iria passar muito tempo no Galpão 3. Aquele lugar tem um cheiro horrível.
— Obrigada. Meu irmão já chegou?
— Não, senhora. Ainda não.
— Obrigada.
Ao desligar, Katherine sentiu uma pontada repentina de inquietação. A sensação de nervosismo
a fez parar para pensar, mas só por um instante. Era exatamente a mesma ansiedade que ela sentira
mais cedo, ao entrar na casa do Dr. Abaddon. Constrangedoramente, daquela vez sua intuição feminina
a havia decepcionado. E muito.
Não é nada, disse Katherine a si mesma.
CAPÍTULO 41
Robert Langdon estudou a pirâmide de pedra. Não é possível.
— Uma língua antiga cifrada? — indagou Sato sem erguer os olhos. — Me diga, isto aqui
corresponde à descrição?
Na lateral recém-exposta da pirâmide, uma serie de 16 caracteres estava gravada com precisão
na pedra lisa.