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— Estou procurando — disse Faukman. — E, aliás, quando você ligar para ela, talvez seja
melhor não telefonar da piscina de Harvard. Aí tem tanto eco que parece que você está ligando de um
hospício.
— Eu não estou na piscina. Estou em um túnel debaixo do Capitólio.
Pela voz de Langdon, Kaufman sentiu que ele não estava brincando. Qual o problema desse
cara?
— Robert, por que você não consegue simplesmente ficar em casa e escrever?
— O computador dele emitiu um bipe. — Beleza, espere aí... pronto, achei. — Ele correu o
mouse pela lista de e-mails. — Acho que eu só tenho o celular.
— Serve.
Faukman lhe deu o número.
— Obrigado, Jonas — disse Langdon, agradecido. — Fico lhe devendo uma.
— O que você me deve é um manuscrito, Robert. Tem alguma ideia de quanto tempo...
A linha ficou muda.
Faukman olhou para o fone e balançou a cabeça. A vida de editor seria tão mais fácil sem os
autores...
CAPÍTULO 45
Katherine Solomon quase não acreditou quando viu o nome no seu identificador de chamadas.
Tinha pensado que fosse Trish ligando para explicar por que ela e Christopher Abaddon estavam
demorando tanto. Mas não era Trish ao telefone.
Longe disso.
Katherine sentiu um sorriso acanhado atravessar seus lábios. Será possível esta noite ficar
ainda mais estranha? Ela abriu o telefone.
— Não precisa nem me dizer — falou ela em tom de brincadeira. — Solteiro amante dos livros
procura cientista noética também solteira?
— Katherine! — A voz grave pertencia a Robert Langdon. — Graças a Deus você está bem.
— É claro que eu estou bem — respondeu ela, intrigada. — Tirando o fato de você nunca ter me
ligado depois da festa na casa de Peter no verão passado.
— Aconteceu uma coisa hoje à noite. Por favor, me escute. — A voz normalmente tranquila
parecia ofegante. — Eu sinto muito por ter que dizer isso a você... mas Peter está correndo sério perigo.
O sorriso de Katherine desapareceu.
— Do que você está falando?
— Peter... — Langdon hesitou como se estivesse procurando as palavras. — Não sei como dizer
isso, mas ele foi... levado. Não sei ao certo por quem, mas...
— Levado? — repetiu Katherine. — Robert, você está me assustando. Como assim?
— Ele foi sequestrado. — A voz de Langdon falhou como se ele estivesse dominado pela
emoção. — Deve ter acontecido hoje mais cedo, talvez ontem.
— Isso não tem graça nenhuma — disse ela, zangada. — O meu irmão está bem. Acabei de
falar com ele 15 minutos atrás!
— Você falou com ele? — Langdon soou atônito.
— Falei! Ele me mandou um torpedo dizendo que estava a caminho do laboratório.
— Mandou um torpedo... — pensou Langdon em voz alta. — Mas você não chegou a ouvir a voz
dele?
— Não, mas...
— Escute, O torpedo que você recebeu não foi do seu irmão. Alguém está com o telefone de
Peter. Seja quem for essa pessoa, ela me enganou para me fazer vir a Washington hoje à noite.
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— Enganou você? Essa história não tem pé nem cabeça!
— Eu sei, sinto muito. — Langdon parecia desorientado, o que não era do seu feitio. —
Katherine, acho que você pode estar correndo perigo.
Katherine Solomon tinha certeza de que Langdon jamais brincaria com um assunto daqueles,
mas ainda assim ele parecia ter perdido a razão.
— Eu estou bem — disse ela. — Estou trancada dentro de um complexo protegido!
— Leia para mim a mensagem que você recebeu do telefone de Peter. Por favor. Atarantada,
Katherine acessou a mensagem de texto e a leu em voz alta para