Page 100 - dan brown - o símbolo perdido_revisado_
P. 100
— Imagino que o senhor esteja reconhecendo esta língua? — perguntou ele.
— Claro — respondeu Langdon olhando para os 16 símbolos.
DESENHO: OS 16 SÍMBOLOS JÁ DESCRITOS NA PÁGINA 170.
Conhecida como Cifra Maçônica, aquela linguagem codificada tinha sido usada para
comunicações pessoais entre os primeiros irmãos maçons. O método de criptografia tinha sido
abandonado fazia muito tempo por um motivo simples — era fácil demais de decifrar. A maioria dos
alunos que cursava o seminário avançado de simbologia de Langdon era capaz de quebrar aquele
código em cerca de cinco minutos. Com papel e lápis, Langdon podia fazê-lo em menos de 60
segundos.
Porém, naquela situação, a notória facilidade daquele sistema de criptografia secular criava
alguns paradoxos. Em primeiro lugar a alegação de que Langdon era a única pessoa do mundo capaz
de decifrá-la era absurda. Em segundo lugar, Sato sugerir que uma cifra maçônica era uma questão de
segurança nacional equivalia a dizer que os códigos de lançamento da bomba nuclear norte-americana
eram criptografados com um anel decodificador de brinquedo. Langdon ainda estava se esforçando
para acreditar em tudo aquilo. Esta pirâmide é um mapa? Um mapa que indica o caminho para
encontrar o saber perdido de todos os tempos?
— Robert — disse Bellamy em tom grave. — A di’ tora Sato lhe disse por que está tão
interessada nisto aqui?
Langdon fez que não com a cabeça.
— Não exatamente. Ela só ficava repetindo que era uma questão de segurança nacional.
Imagino que esteja mentindo.
— Pode ser — disse Bellamy, esfregando a nuca. Parecia estar debatendo alguma questão
internamente. — Mas existe uma possibilidade muito mais perturbadora. — Ele se virou para encarar
Langdon. — É possível que a diretora Sato tenha descoberto o verdadeiro potencial desta pirâmide.
CAPÍTULO 47
A escuridão que cercava Katherine Solomon parecia total.
Depois de sair da segurança do carpete, ela agora avançava às cegas, com as mãos estendidas
tocando apenas espaço vazio enquanto cambaleava cada vez mais para dentro daquele vácuo deserto.
Sob seus pés cobertos pela meia-calça, a extensão sem fim de cimento frio parecia um lago congelado,
um ambiente hostil do qual ela agora precisava escapar.
Quando deixou de sentir o cheiro de etanol, ela estacou e ficou parada no escuro, aguardando.
Completamente imóvel, aguçou os ouvidos, instando o próprio coração a parar de bater tão alto. Os
passos pesados atrás dela pareciam ter cessado. Será que eu o despistei? Katherine fechou os olhos e
tentou imaginar onde estava. Em que direção eu corri? Para que lado está a porta? Não adiantava. Ela
dera tantas voltas que a saída poderia estar em qualquer lugar.
Katherine já ouvira dizer que o medo tinha uma ação estimulante, aguçando nossa capacidade
de raciocinar. Naquele instante, porém, o medo havia transformado sua mente em um turbilhão de
pânico e confusão. Mesmo que eu encontre a porta, não tenho como sair daqui. Seu cartão de acesso
tinha ficado para trás quando ela despira o jaleco. Sua única esperança era que ela havia se tornado
uma agulha no palheiro — um pontinho no meio de um espaço de 2.800 metros quadrados. Apesar da
ânsia incontrolável de fugir, Katherine resolveu fazer o que sua mente analítica lhe dizia, tomando a
única atitude lógica naquela situação — não se mexer. Fique parada. Não faça nenhum ruído. O vigia
estava a caminho e, por algum motivo obscuro, seu agressor exalava um forte cheiro de etanol. Se ele
chegar muito perto, eu vou saber.
Enquanto Katherine estava parada em silêncio, sua mente repassava tudo o que Langdon tinha
dito. Peter foi sequestrado. Ela sentiu gotas de suor frio brotarem da sua pele e escorrerem pelo braço
em direção ao telefone que continuava agarrando com a mão direita. Aquele era um perigo que ela se
esquecera de levar em conta. Se o telefone tocasse, iria revelar sua localização — e ela não podia
desligar o aparelho sem abri-lo e fazer a tela se iluminar.
Ponha o telefone no chão... e afaste-se dele.
Mas era tarde demais. O cheiro de etanol se aproximou dela pela direita. E então foi ficando
mais forte. Katherine se esforçou para manter a calma, forçando-se a superar o impulso de sair
correndo. Com cuidado, devagar, deu um passo para a esquerda. No entanto, o leve farfalhar de suas
roupas pareceu bastar para seu agressor. Ela o ouviu se lançar para a frente, o cheiro de etanol