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— O quê? — berrou Anderson. — Por que você não disse nada?
                 — O Arquiteto me mandou ficar quieto.
                 —  Você  trabalha  para  mim,  porra!  —  A  voz  de  Anderson  ecoou  pelo  corredor.  —  Bellamy
          esmagou minha cabeça contra uma parede, cacete!
                 Nuñez entregou a Anderson a chave que Bellamy lhe dera.
                 — O que é isso? — quis saber Anderson.
                 — Uma chave do túnel novo debaixo da Independence Avenue. Estava com o Arquiteto Bellamy.
          Foi assim que eles fugiram.
                 Anderson ficou olhando para a chave, incapaz de falar.
                 Sato esticou a cabeça para dentro do corredor com um olhar atento.
                 — O que está acontecendo aqui?
                 Nuñez se sentiu empalidecer. Anderson ainda estava segurando a chave, que Sato obviamente
          tinha visto. Enquanto a mulherzinha horrenda se aproximava, Nuñez improvisou da melhor forma que
          pôde, na esperança de proteger seu chefe.
                 — Encontrei uma chave no chão do segundo subsolo. Estava perguntando ao chefe Anderson
          se ele sabia de onde era.
                 Sato chegou perto e olhou para a chave.
                 — E o chefe sabe?
                 Nuñez ergueu os olhos para Anderson, que obviamente estava pesando cada alternativa antes
          de falar. Por fim, o chefe fez que não com a cabeça.
                 — Assim no olhômetro, não. Tenho que verificar o...
                 — Não precisa — disse Sato. — Essa chave abre um túnel que sai do centro de visitantes.
                 — É mesmo? — disse Anderson. — Como é que a senhora sabe?
                 —  Nós  acabamos  de  encontrar  a  gravação.  O  nosso  agente  Nuñez  aqui  ajudou  Langdon  e
          Bellamy a fugir e depois tornou a trancar a porta do túnel atrás deles. Foi Bellamy quem entregou essa
          chave para Nuñez.
                 Anderson se virou para Nuñez com uma expressão irada.
                 — É verdade?
                 Nuñez aquiesceu vigorosamente, seguindo com o joguinho de Anderson.
                 — Sinto muito, senhor. O Arquiteto me disse para não contar a ninguém!
                 — Estou pouco me lixando para o que o Arquiteto disse! — gritou Anderson. — Espero que...
                 — Cale essa boca, Trent — disparou Sato. — Nenhum de vocês dois sabe mentir. Guardem a
          encenação para o interrogatório da CIA. — Ela arrancou a chave do túnel da mão de Anderson. — Seu
          trabalho aqui acabou.



                 CAPÍTULO 49

                 Robert  Langdon  desligou  o  celular,  cada  vez  mais  preocupado.  Por  que  Katherine  não  está
          atendendo? Ela havia prometido telefonar assim que conseguisse sair em segurança do laboratório e
          estivesse a caminho para encontrá-lo, mas até agora nada.
                 Bellamy  estava  sentado  ao  lado  de  Langdon  à  mesa  da  sala  de  leitura.  O  Arquiteto  também
          acabara de dar um telefonema, no seu caso, para uma pessoa que, dizia ele, poderia lhes dar guarida
          — um lugar seguro para se esconder. Infelizmente, essa pessoa tampouco estava atendendo, de modo
          que  Bellamv  deixara  um  recado  urgente  dizendo-lhe  para  ligar  imediatamente  para  o  celular  de
          Langdon.
                 —  Vou  continuar  tentando  —  disse  ele  a  Langdon  —,  mas,  por  ora,  estamos  sozinhos.  E
          precisamos conversar sobre um plano para esta pirâmide.
                 A  pirâmide.  Para  Langdon,  o  cenário  espetacular  da  sala  de  leitura  tinha  praticamente
          desaparecido, e seu mundo agora se reduzia apenas ao que estava logo à sua frente: uma pirâmide de
          pedra, um embrulho lacrado contendo um cume e um negro elegante que havia se materializado da
          escuridão para resgatá-lo de um interrogatório da CIA.
                 Langdon  imaginava  que  o  Arquiteto  do  Capitólio  tivesse  pelo  menos  alguma  sanidade,  mas
          agora parecia que Warren Bellamy não era mais racional do que o louco que dizia que Peter estava no
          purgatório. Bellamy insistia que aquela pirâmide de pedra era de fato a Pirâmide Maçônica da lenda.
          Um antigo mapa? Que nos conduz a um poderoso saber?
                 — Sr. Bellamy — disse Langdon com educação —, essa ideia de que existe algum tipo de saber
          antigo capaz de conferir grande poder aos homens... eu simplesmente não consigo levar isso a sério.
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