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Manuel Abranches de Soveral                                   FRAGMENTA HISTORICA


             nomeado escrivão dos contos régios da       de fintas e talhas e ainda para que os ditos
             cidade  de  Lisboa,  pois  a  25.8.1475  foi   caseiros  não  fossem  obrigados  a  servirem
             nomeado João de Beja, escudeiro da Casa     por mar ou em terra nem a lançarem armas
             Real,  para  o  cargo  de  escrivão  dos  contos   e cavalos.  Na Chancelaria de D. João II são
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             régios da cidade de Lisboa, em substituição   transcritas, para confirmação, várias cartas
             de  Rui  Mendes,  escudeiro  do  bispo  de   de  emprazamento  feitas  por  Rui  Mendes,
             Lamego, que fora nomeado para o cargo de    cavaleiro da Casa d’el Rei nosso senhor e
             contador de Guimarães e Ponte de Lima.      seu contador e arrendador de todas suas
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             E  a  11.5.1476  foi  nomeado  Dinis  Anes,   rendas e direitos, e emprazador e aforador
             criado do conde de Penamacor, para o cargo   de todos os reguengos e direitos reais que o
             de  escrivão  dos  contos  de  Lisboa,  em   dito senhor há em a comarca e almoxarifados
             substituição de Rui Mendes, vedor do bispo   de  Guimarães  e  Ponte  de  Lima.  A
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             de Lamego, que renunciara.  A 24.8.1480     10.2.1496 Rui Mendes, cavaleiro fidalgo da
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             D.  Afonso  V  privilegiou  Rui  Mendes,    Casa Real e contador, teve mercê do ofício
             escudeiro e vedor do bispo de Lamego, seu   de escrivão das sisas do seu couto do
             capelão-mor  e  do  seu  Conselho,  pelos   Vimieiro,  a  par  da  cidade  de  Braga.  A
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             serviços prestados em África e Castela, com   30.4.1490  Álvaro  Gonçalves,  escudeiro  e
             cavalos,  armas  e  bestas  à  sua  custa,   criado de Rui Mendes, contador de Entre-
             concedendo-lhe carta de privilégio de       Douro-e-Minho, foi feito tabelião do público
             fidalgo para as comarcas da Beira e Entre-  e judicial de Guimarães.  Na mesma data,
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             Douro-e-Minho.   A  7.6.1481  confirmou  a   Gonçalo Anes, morador na vila de Azurara,
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             Rui Mendes, cavaleiro fidalgo da sua Casa, a   criado  de  Rui  Mendes,  contador  de
             nomeação para o cargo de contador na        Guimarães, teve mercê do ofício de escrivão
             comarca  de  Entre-Douro-e-Minho,  em       das sisas da dita vila, como era por carta do
             substituição   de   Gonçalo   Afonso,       rei D. João II.  A 2.5.1496 exercia o ofício
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             impossibilitado de exercer o cargo por      de contador na comarca e almoxarifados de
             doença.  Será a partir deste ano que Rui    Guimarães  e  Ponte  de  Lima  Fernando
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             Mendes  passa  a  viver  em  Guimarães,  na   Álvares,  chantre,  por  comissão  de  Rui
             freguesia  de  Santa  Maria  da  Colegiada,   Mendes.  A 30.3.1501 António Rodrigues
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             sendo  que  já  se  documenta  aí  morador   220
                                                          ANTT,  Colegiada  de  Santa  Maria  da  Oliveira  de
             desde 1485, nas ordens menores dos filhos.   Guimarães, Documentos régios, mç. 3, nº 39.
             A 12.6.1481 D. Afonso V perdoou a justiça   221  ANTT, Chancelaria de D. João II, Liv. 1, fól. 66v e 67;
             régia e a prisão a Álvaro Gil e Gonçalo do   Liv. 5, fól. 53v e 54; Liv. 13, fól. 112 e 112v; Liv. 19, fól.
             Porto,  criados  de  Rui  Mendes,  contador   101v a 102v; Liv. 20, fól. 90v e 91 e fól. 153v a 155; Liv.
             régio  em  Guimarães,  por  terem  ferido   22, fól. 99 a 100; e Liv. 25, fól. 28 e 28v.
                                                         ANTT, Chancelaria de D. Manuel I, M., Liv. 26, fól. 27v.
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             Álvaro  Botelho,  moço  de  estribeira  do   223  ANTT, Chancelaria de D. João II, Liv. 13, fól. 7 e 7v.
             duque  de  Bragança  e  Guimarães.  A    224  ANTT, Chancelaria de D. Manuel I, M., Liv. 26, fól. 79v.
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             21.8.1483 D. João II enviou uma carta “a uos   D. João II nomeara-o requeredor das sisas e dízimas de
             Ruy mendez caualeiro da nossa Casa e     Azurara a 7.4.1483 (Chancelaria de D. João II, Liv. 24,
                                                      fól. 113).
             contador por nos na comarca dantre doiro e   225   ANTT,  Chancelaria  de  D.  Manuel  I,  M.,  Liv.  40,  fól.
             mynho” para respeitar os privilégios     119.
             concedidos aos caseiros da igreja de Santa   226   António  Rodrigues  de  Carvalho,  escudeiro  da  Casa
             Maria  de  Guimarães  pelos  reis  seus   Real,  meirinho  da  correição  da  comarca  da  Beira
                                                      (10.2.1509), ofício que a 8.11.1511 trocou com Pedro
             antecessores, no respeitante ao pagamento   Botelho,  escudeiro  do  duque  de  Bragança,  pelo  de
                                                      escrivão, tabelião-geral e contador dos feitos e custas
           215  ANTT, Chancelaria de D. Afonso V, Liv. 30, fól. 50.  da  comarca  e  correição  da  Beira  e  Ribacoa  (ANTT,
           216  ANTT, Chancelaria de D. Afonso V, Liv. 7, fól. 114.  Chancelaria de D. Manuel I, Liv. 3, fól. 3v; e Liv. 8, fól.
           217  ANTT, Chancelaria de D. Afonso V, Liv. 26, fól. 107v.  12 e 12v), e que vendeu a Francisco Cardoso, escudeiro
           218  ANTT, Chancelaria de D. Afonso V, Liv. 26, fól. 107 e   da Casa Real, com autorização real de 25.10.1513 (ib,
           107v. Inserto alvará de 3.6.1477.          Liv. 42, fól. 117v). A 11.2.1511 foi também distribuidor
           219  ANTT, Chancelaria de D. Afonso V, Liv. 26, fól. 107v.  dessa comarca (ib, Liv. 8, fól. 15v).

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