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3.4.1. Porque razões devem ser adoptados pelas empresas?
Apresentado o conceito de código de ética (CdE), importa agora perceber qual a
sua importância e porque razões deve ser adoptado pelas empresas.
Para Rego et al. (2007b) o forte interesse em torno dos códigos parece incidir na
ideia que estes influenciam substancialmente a adopção de práticas éticas. Eis alguns
exemplos:
Estimulam os membros da organização que pretendem actuar eticamente.
Tornam claro o pensamento da gestão da empresa sobre o que é o
comportamento ético.
Contribuem para a compreensão mútua, a confiança e a cooperação no
interior da empresa.
No mesmo sentido, Moreira (2008) adiciona algumas razões para a criação de
um CdE:
1) A necessidade que a empresa tem, como instituição, de participar no
desenvolvimento humano e profissional dos seus colaboradores. Se os empresários e os
gestores descurarem este ponto, falham numa das questões mais importantes da sua
profissão: o (auto-) aperfeiçoamento (através do orgulho pelo trabalho bem feito e pelo
valor do serviço prestado aos outros) dos membros da organização;
2) Toda a empresa que no futuro pretenda ter bons profissionais não pode
abdicar do desenvolvimento ético dos mesmos. Um profisional pode ser tecnicamente
bastante competente, mas se o seu nível ético for deficitário, por desconhecimento ou
por má fé, pode ser perigoso.
a) Imperativos legais ou a necessidade de auto-regulação por parte das empresas,
para evitar que os poderes públicos, pressionados pela opinião pública, implementem
uma legislação que origine uma maior rigidez da actuação;
b) A necessidade de se criar uma imagem externa e interna de responsabilidade,
seriedade e excelência pode justificar a elaboração de um código de conduta;
c) O carácter punitivo e dissuasor dos códigos, com o intuito de impedir (ou pelo
menos atenuar) comportamentos menos claros dos elementos da organização;
d) De igual modo, os códigos podem ser um instrumento válido para a
descoberta da identidade empresarial e para solidificar a cultura da empresa.
Por último, J.C. Neves (2008) refere também o que os CdE devem transmitir os
valores estáveis da empresa e a partir deles ser uma fonte de orientação, evitando assim
acções que podem ser prejudiciais para a imagem de todos os intervenientes.
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