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deve fazer”, 35 por cento acrescentou que “é uma boa estratégia” e 11 por cento aludiu

                  que isso era vantajoso ou rentável (Rego, 2003).
                         Seja  quais  forem  as  motivações  que  levaram  à  sua  adopção,  há  sempre  a

                  intenção de influenciar os comportamentos dos elementos da organização.

                         Schwartz (2004) citado por Rego et al.(2007b), numa pesquisa realizada, refere
                  que a eficácia de um código envolve três componentes:

                         - Os colaboradores e os administradores têm uma actuação considerada legal e /
                  ou ética pela empresa, ou seja, de acordo com o que está estipulado no código.

                         -  Não há desrespeito ao código.
                         -  A  conduta  de  obediência  às  regras  no  código  fica-se  a  dever,  pelo  menos

                  parcialmente, à existência desse código.

                         Por outro lado, um código é ineficaz quando não previne o comportamento ilegal
                  ou anti-ético.

                         A  questão  é:  será  que  os  CdE  irão  influenciar  esses  comportamentos?  Para
                  (Rego, 2003) os dados internacionais não são claros. O estudo português, já referido,

                  também não é conclusivo. Contudo, fornece alguma informação relevante. Vejamos:
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                        Nas  organizações  com  códigos  de  conduta   destacam-se  dois  aspectos:  os
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                         preço, a qualidade, as expectativas e a reputação; aplicação de mecanismos que
                         possibilitem garantir que os fornecedores não utilizam mão-de-obra forçada nem

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                         exploração de mão-de-obra infantil , seja qual for o país em que actuam.
                        De  uma  forma  geral,  os  administradores  gradualmente  revelam  um  enorme
                         desconhecimento de situações que criaram conflitos de interesse, beneficiando

                         interesses particulares em detrimento do interesse da organização. Contudo, esse

                         desconhecimento  é  superior  entre  os  administradores  de  organizações  com
                         códigos de conduta.

                        Quando interrogados sobre a relevância de as suas empresas evidenciarem, nos
                         seus relatórios anuais, os resultados relativos a critérios ambientais e sociais, 14

                         por  cento  dos  visados  considerou-os  “muitíssimo  importantes”,  todavia  a




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                    O autor usa indistintamente código ético e código de conduta. Contudo, refere-se a um documento com
                  carácter ético.
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                    Dois dos requisitos da norma de certificação de Responsabilidade Social SA8000, que mais à frente
                  falaremos neste trabalho, são precisamente a não utlização de trabalho infantil e de trabalho forçado.


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