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Há  aspectos  que  são  mais  valorizados  por  umas  culturas  do  que  outras.  Por

                  exemplo, a linha telefónica anónima pode ser mais importante nas culturas em que haja
                  uma grande distância de poder (muitos países asiáticos) do que nas culturas em que essa

                  distância  é  reduzida,  como  é  o  caso  dos  países  escandinavos  (Hofstede,  1991  cit.  in

                  Rego et al., 2007b). É também possível que em determinadas culturas a obrigação de
                  denunciar as violações do código não seja muito eficaz, principalmente quando o mau

                  comportamento deriva de um superior hierárquico.
                         A razão de os códigos de ética de diferentes países terem conteúdos diversos

                  parece sustentar estes argumentos (Bondy et al., 2004 citados por  Rego  et  al.,  2007b).
                  Por exemplo, numa pesquisa efectuada com 78 empresas australianas, 80 canadianas e

                  39 suecas, verificou-se a situação:

                        Os códigos das empresas canadianas e australianas têm conteúdos semelhantes,
                         mas diferentes dos relativos às empresas suecas. Por exemplo, os códigos suecos

                         são menos prescritivos. Principalmente, porque dão menos destaque às relações

                         com  o  governo  (nacional  ou  estrangeiros),  os  pagamentos  ou  contribuições
                         políticas,  a  aceitação  de  subornos,  os  conflitos  de  interesse,  a  difusão  de

                         informação confidencial, a integridade dos documentos, relatórios e registos, a
                         responsabilidade legal, as relações do colaborador com o supervisor, as sanções

                         provenientes da infracção e a necessidade de manter a boa imagem da empresa.

                         3.4.3.  Princípios essenciais para a elaboração
                          e implementação de um código de ética

                         Vejamos agora alguns princípios que devem ser observados para a elaboração e
                  implementação de um CdE. Que conteúdos devem estar presentes num código?

                         Não existe uma resposta uniforme porque a tipologia de empresas requer uma
                  intervenção  adequada  a  cada  caso.  Contudo,  há  princípios  que  podem  ajudar  as

                  empresas a agir nesta matéria.
                         Newton  (1991)  citados  por  Schwartz  (2005);  Rego  et  al.(2007b)  sugere  que

                  devem ser observados três princípios para que a ética dos códigos seja válida:

                                O  princípio  da  participação  exige  que  os  colaboradores  da  empresa
                                 participem no desenvolvimento e na divulgação.

                                O princípio da validade acrescenta que é necessário haver coerência do

                                 código com os princípios éticos gerais e os imperativos da consciência.






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