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O comité deve ser formado por pessoas com “autoridade” dentro da empresa,
bem como devem possuir capacidades profissionais e humanas acima de quaisquer
suspeitas. Um dos problemas destes comités pode ser a sua inclinação desmedida para
as questões juridicas do código. Não se trata de criar uma lei, mas um “código de
conduta”, uma lista de valores. Todavia, isto não quer dizer que os contributos de um
jurista não sejam válidos.
6ª Um processo de difusão e treino no raciocínio ético dentro da organização
Este processo requer a participação do departamento de comunicação e do de
formação, tendo em vista alguns dos seguintes objectivos:
Reuniões periódicas da administração e dos colaboradores com o intuito
de se discutir problemas éticos e contribuir para a consciencialização de
critérios, utilizando casos reais e próximos.
Meios de comunicação, nomeadamente folhetos internos, caixas de
sugestões, provedor (do cliente, do empregado, do accionista, etc.).
Programas (internos ou externos à empresa) de formação ética geral ou
aplicada à empresa. Apesar da sua importância para a aquisição de
critérios e de regras, o convencimento pessoal é soberano. Ninguém se
torna ético, assistindo a palestras sobre ética. Esta requer uma
permanente aplicação para se fixar e desenvolver.
Divulgação de conhecimentos de carácter ético, com auxílio de folhetos,
revistas, vídeos ou através da criação de uma biblioteca (ética) da
empresa.
7ª Aplicação e instrumentos de apoio ao código
A sua aplicação deve ser feita, publicamente, e com grande empenho, em ambas
as situações (punir ou premiar o cumprimento do código), tarefa do comité de
acompanhamento. Em algumas organizações, existe uma “linha directa”, onde qualquer
colaborador pode fazer denúncias de natureza ética. O responsável por esta linha é
quase sempre alguém com grande notoriedade e independência na empresa.
Antes de entrarmos nas várias etapas dos CdE ou nos estádios de
desenvolvimento, como lhes chamam Rego et al., (2007b), importa realçar as normas
morais que devem constituir a base dos códigos. Aquelas devem servir como supostos
referenciais universais destinados à maioria das empresas, com o necessário
ajustamento às especificidades de cada uma.
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