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Três principais grupos de teorias instrumentais podem ser identificados de
acordo com o objectivo económico proposto. No primeiro grupo, o objectivo é a
maximização do valor para o accionista, medido pela cotação. Amiúde, isto leva a uma
orientação para os lucros de curto prazo. O segundo grupo de teorias baseia-se no
objectivo estratégico de atingir vantagens competitivas que produzem lucros a longo
prazo. Em ambos os caso, a RSE é apenas uma questão de auto-interesse esclarecido
(Keim, 1978), uma vez que a RSE é um mero instrumento de lucro. O terceiro está
relacionado com o Marketing de causas e está muito próximo do segundo.
Maximização do valor para o accionista
Qualquer investimento em actividades sociais que produzem um aumento do
valor para o accionista/proprietário deve realizado. Pelo contrário, se as exigências
sociais apenas impuserem custos para a empresa devem ser rejeitadas. Friedman (1970)
dá-nos um exemplo sobre o investimento na comunidade local: “ para uma empresa que
é um dos principais empregadores de uma dada região é do seu interesse afectar
recursos para proporcionar mais condições para a comunidade ou melhorar a sua
governação. Torna-se assim mais fácil atrair os colaboradores desejados, reduzir os
custos salariais ou diminuir as perdas por roubo ou sabotagem”. Deste modo, os
objectivos socio-económicos são separados dos objectivos económicos.
Actualmente, esta abordagem leva à maximização do valor para o accionista
como a maior referência para a tomada de decisão da empresa.
Contudo, hoje é um dado adquirido que a maximização do valor para o
accionista não é incompatível com a satisfação de certos interesses das pessoas que têm
interesse na empresa (stakeholders).
Estratégias para a vantagem competitiva
Um segundo grupo de teorias centram-se sobre a forma de afectar recursos para
alcançar objectivos sociais a longo prazo e criar uma vantagem competitiva (Husted &
Allen, 2000). Neste grupo podemos falar de três tipos de abordagens: (a) os
investimentos sociais em contexto competitivo, (b) uma visão baseada nos recursos
naturais e nas suas capacidades dinâmicas e (c) estratégias para os que estão na base da
pirâmide económica.
(a) os investimentos sociais em contexto competitivo.
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