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de  consentimento.  Primeiro,  um  contrato  macrosocial  teórico  apelando  a  todos  os

                  contraentes  e segundo, um verdadeiro contrato microsocial por parte dos membros de
                  comunidades localizadas.

                         O contrato macrosocial  fornece regras para qualquer contratação. Estas regras

                  são  chamadas  “hiper-normas”;  que  devem  ter  precedência  sobre  os  outros  contratos.
                  Estas hiper-normas são fundamentais e básicas que resultam de “uma convergência dos

                  pensamentos religiosos, políticos e filosóficos” (Donaldson & Dunfee, 2000:441). Os
                  contratos microsociais  mostram acordos explícitos ou implícitos que são obrigatórios

                  numa  dada  comunidade,  qualquer  que  ela  seja:  indústria,  empresas  ou  sistemas
                  económicos. Estes contratos microsociais são baseados em atitudes ou comportamentos

                  dos membros da norma geradora da comunidade e, para serem legítimos, têm de estar

                  de acordo com as hiper-normas.
                  Cidadania Corporativa

                         Embora esta idéia da empresa cidadã não seja nova (David, 1973) um interesse
                  renovado por este conceito surgiu recentemente devido a certos factores que tiveram

                  impacto nas relações entre a sociedade e as empresas. Entre estes factores estão a crise
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                  do Estado social  e o fenómeno da globalização. Estes, juntamente com o processo de
                  desregulamentação e a diminuição dos custos das inovações tecnológicas, fizeram com

                  que algumas grandes empresas multinacionais tenham mais poder económico e social
                  do que alguns governos.

                         Nos anos 80 do século passado o termo “cidadania corporativa” foi introduzido
                  na  relação  entre  as  empresas  e  a  sociedade,  principalmente  através  de  profissionais

                  (Altman & Vidaver-Cohen, 2000). Desde os anos 90 do século passado e no início do
                  século  XXI  que  este  conceito  se  tornou  mais  popular  nas  empresas  e  aumentou  o

                  número  de  trabalhos  académicos  realizados  (Andriof  &  McIntosh,  2001;  Matten  &

                  Crane, 2004).
                         Embora a reflexão sobre o conceito de “cidadania corporativa” e outro similar

                  intitulado “a empresa cidadã” sejam  bastante recentes (Matten et al., 2003; Wood &
                  Logsdon,  2002)  esta  noção  tem  conotado  um  sentimento  de  pertença  a  uma

                  comunidade.  Por  esta  razão,  é  que  tem  sido  tão  popular  entre  os  gestores  e  os

                  empresários, porque é cada vez mais evidente que as empresas precisam ter em conta a
                  comunidade onde estão a operar.




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                    Welfare State.
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