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O termo “cidadania corporativa” não pode ter o mesmo significado para todos.
Matten et al. (2003) distinguirão três visões de “cidadania corporativa”: (1) uma visão
limitada, (2) uma visão equivalente à RSE e (3) uma extensa visão de cidadania
corporativa que é detida por eles. A visão limitada de “cidadania corporativa” é usada
num sentido próximo da filantropia corporativa, investimento social ou algumas
responsabilidades assumidas perante a comunidade local. A equivalente à RSE é
bastante comum. Carrol (1999) refere que “cidadania corporativa” é uma nova
conceptualização do papel das empresas na sociedade e dependendo da forma como é
definida, esta noção sobrepõe-se a outras teorias sobre a responsabilidade das empresas
na sociedade. Por fim, as empresas entram no campo da cidadania ao ponto dos
governos falharem na protecção da cidadania. Esta visão advém do facto de algumas
empresas terem vindo a substituir de uma forma gradual a mais poderosa instituição no
conceito de cidadania, o governo.
O conceito “cidadania” tirado da ciência política, é a base da noção de
“cidadania corporativa”. Segundo Wood & Logsdon (2002:86):
“ A cidadania corporativa não pode ser equiparada à cidadania
individual, em vez disso deriva e é secundária à cidadania
individual”.
Se esta visão é aceite ou não, as teorias e as abordagens sobre “cidadania
corporativa” estão focalizadas nos direitos, responsabilidades e possíveis parcerias
empresariais na sociedade.
Algumas teorias sobre cidadania corporativa são baseadas na teoria do contrato
social (Dion, 2001), tal como foi desenvolvida por Donaldson & Dunfee (1994, 1999),
embora também sejam possíveis outras abordagens (Wood & Logsdon, 2002).
Apesar de haver algumas diferenças nas teorias de cidadania corporativa, a
maioria dos autores em geral converge em alguns pontos como, por exemplo, um forte
sentimento de responsabilidade empresarial, parcerias, que são formas específicas de
formalização da vontade de melhorar a comunidade local e o ambiente.
Posterior a este contributo de Garriga & Melé (2004), surge um trabalho de
Mirvis & Googins (2006) sobre as várias etapas da cidadania corporativa.
Os autores referem que Greiner (1972), no seu estudo inovador sobre o
crescimento organizacional, constatou que as empresas também desenvolvem caminhos
mais complexos em diferentes fases de crescimento. Elas devem, ao longo do tempo,
procurar mais opções depois da fase de arranque, desenvolver uma infra-estrutura e
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